Com Pimentel, Minas foi do “déficit zero” herdado pelas gestões tucanas à calamidade financeira
Brasília (DF) – Em situação de calamidade financeira desde o início de dezembro, Minas Gerais tem sido obrigada a se acostumar com o caos desde que o governador petista Fernando Pimentel assumiu o poder. Além de ter o seu nome envolvido em esquemas de corrupção como o investigado pela Operação Acrônimo, o petista foi o responsável por um significativo aumento nos gastos com o funcionalismo, que agora compromete as finanças do estado.
Só no primeiro ano de mandato de Pimentel, de toda a receita corrente líquida de Minas, 84,07% foi para pagar funcionários da ativa e aposentados. Os dados são da própria Secretaria da Fazenda do estado. As projeções para os próximos anos são ainda mais assustadoras: a estimativa para 2016 é um índice de 90,08%. Já em 2017, 92,86% de toda a receita do estado deverá ser usada na remuneração de funcionários.
As informações são de reportagem desta sexta-feira (23) do jornal Valor Econômico. A publicação lembra que, ao assumir, Pimentel encontrou um estado organizado e com suas finanças em dia, herança deixada pelas gestões tucanas dos atuais senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia. Em 2003, um pacote de medidas para cortar gastos, promovido no primeiro ano de mandato de Aécio, reduziu o número de secretarias, cortou cargos de confiança, baixou o teto para todos os salários do Executivo – inclusive o próprio salário de governador –, e mudou o sistema de compras do governo. Foi o chamado “choque de gestão”.
Como resultado, em 2004 o déficit herdado de R$ 2,4 bilhões do governo anterior tinha se transformado em déficit zero. Nos anos em que os tucanos governaram Minas Gerais – Aécio de 2003 a 2010, e Anastasia de 2011 a 2014 – a economia do estado cresceu pareada à economia do resto do país. Em 2010, o crescimento chegou a 9,1%. A recompensa veio em 2012, quando a agência de classificação de risco Standard & Poor’s premiou o estado e a gestão tucana com o grau de investimento.
A situação de Minas hoje é bem diferente. O governo já não consegue pagar fornecedores em funcionários em dia. Desde fevereiro, salários estão sendo parcelados. Até mesmo o 13º salário está sendo pago em parcelas de até três vezes. Na última semana, a Standard & Poor’s rebaixou pela terceira vez a nota de crédito de Minas Gerais, dessa vez para B-.
Para o consultor e especialista em finanças públicas José Roberto Afonso, “as contas públicas viraram um faz de conta no Brasil nos últimos tempos”. Segundo ele, a “criatividade fiscal” que permeou o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, afastada por crime de responsabilidade no caso das pedaladas fiscais, “estimulou a distorção nos governos regionais”.
Leia AQUI a íntegra da matéria do jornal Valor Econômico.