Com recuperação da capacidade de consumo, procura por viagens volta a crescer

Entre os setores que despontam na economia em recuperação, o turismo dá os sinais mais claros de crescimento. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) passou a projetar uma alta de 10% a 12% nas vendas de pacotes turísticos para destinos nacionais e internacionais em 2017. Já a Associação Brasileira das Operadoras de Viagens Corporativas (Abracorp) estima uma alta de pelo menos 5%. Após dois anos seguidos de queda nas vendas, o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) acredita nessa expectativa e justifica a retomada com base no cenário econômico atual.
“A atividade econômica do turismo gera emprego e renda. Portanto, o turismo receptivo e o nacional são estratégicos para a retomada do nosso desenvolvimento. Há sim uma expectativa mais positiva em relação ao turismo nacional. A capacidade de consumo está intimamente relacionada ao estado de desenvolvimento e a performance macroeconômica do país”, afirmou o deputado.
O Ministério do Turismo especula que somente as viagens em fins de semanas prolongados pelos feriados vão injetar mais de R$ 21 bilhões a mais na economia brasileira neste ano. Mais de R$ 1,5 bilhão gastos nessa área podem vir dos saques das contas inativas do FGTS, autorizados pelo governo federal no ano passado. A partir desses resultados, Otávio Leite espera que o país continue investindo em turismo de negócios e estimule as viagens nacionais, valorizando o potencial econômico dessa atividade.
“A atração de turistas internacionais é um grande desafio, pois o Brasil vive há pelo menos nove anos uma estagnação no número de visitantes, oscilando entre cinco e seis milhões de estrangeiros por ano que visitam o Brasil. É preciso adotar medidas que facilitem e atraiam estrangeiros para o Brasil. Uma das medidas mais importantes é a flexibilização do visto. E para facilitar e fazer com que mais pessoas viagem, é preciso também diminuir o Custo Brasil. Há um peso muito grande de impostos na atividade turística. O importante é girar a economia, tanto internamente, com brasileiros visitando o Brasil e atraindo estrangeiros para cá.”
O Banco Central destaca que houve aumento nos gastos de brasileiros no exterior, que subiram 75% no primeiro bimestre deste ano, chegando a quase R$ 3 bilhões. Esse crescimento se justifica pela valorização do real em comparação com o dólar.