Concessões são “extremamente importantes” para destravar economia, diz deputado

Para o tucano, uma relação saudável entre o setor público e privado existe em qualquer lugar do mundo onde a economia tem tranquilidade e consegue sobreviver

Imprensa - 27/12/2016

rogerio-marinho-foto-alexssandro-loyolaBrasília (DF) – O presidente Michel Temer afirmou ao jornal Folha de S. Paulo, em reportagem publicada nesta terça-feira (27), que o governo está preparando novas medidas econômicas para 2017 com o objetivo de facilitar o financiamento do programa de concessões na área de infraestrutura. “O primeiro semestre do próximo ano será bastante decisivo para a recuperação do país. As previsões aqui mostram que, ao final dele, começa o crescimento”, afirmou.

De acordo com ele, “depois de um longo inverno”, o ano termina “bem” e as medidas econômicas recentemente anunciadas pelo governo, como redução dos juros do cartão de crédito e liberação do saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), “foram bem recebidas”.

Na entrevista, o presidente diz que sua equipe avalia formas de melhorar o financiamento das concessões de serviços públicos ao setor privado, como aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Os primeiros leilões anunciados pelo governo devem ocorrer no primeiro semestre de 2017.

Segundo o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), a iniciativa do governo é “importante” e tem o objetivo de destravar a economia, que foi desfigurada durante os governos do PT.

“O governo sinaliza corretamente e está fazendo sua parte. A questão das concessões é uma iniciativa meritória porque, na hora em que o governo tem dificuldades de gerar superávit para fazer investimento, é extremamente importante que tenhamos a condição e possibilidade de atrair capital privado, que virá na hora em que as regras das concessões ou da participação do setor privado na infraestrutura do país forem claras, que tenham previsibilidade, segurança jurídica e que permitam no médio e longo prazo um retorno do investimento”, explicou.

Para o tucano, uma relação saudável entre o setor público e privado – quando as competências são definidas com clareza e o Estado faz seu papel de legislador – existe em qualquer lugar do mundo onde a economia tem tranquilidade e consegue sobreviver.

“Aparentemente, nessa segunda etapa virão medidas que permitem a atração de investimentos privados nas concessões públicas e nas parcerias público-privadas. A questão da privatização de aeroportos, da abertura de capital para construção de novos terminais portuários e modernização dos terminais portuários existentes, assim como a possibilidade de concessão de rodovias e ferrovias, permite que essa estrutura atrasada possa ser modernizada e que tenhamos uma competitividade maior”, disse.

Catástrofe econômica

Ainda na avaliação de Marinho, as medidas propostas por Temer são um contraponto ao que foi feito anteriormente pelos governos petistas. Segundo o parlamentar, o viés intervencionista colocado na economia nos anos do PT gerou uma “catástrofe econômica” nunca antes vista.

“A ex-presidente Dilma trabalhou fortemente no que ela denominou ‘nova matriz econômica’, que era uma ação intervencionista do Estado, elegendo os preferidos do governo para que eles fossem vencedores no mercado por meio de concessões, de subsídios e de juros que vieram por meio dos bancos oficiais. Isso gerou um desequilíbrio tão grande que estamos pagando um preço altíssimo até hoje. Atrasamos no mínimo 10 anos nos nossos indicadores macroeconômicos. Não vai acontecer da noite para o dia, dado o estado de desarranjo que nossa economia se encontra, mas em breve poderemos retomar o caminho do desenvolvimento do país sem sobressalto”, completou.

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27/12/2016