Contradição de Lula em depoimento é clara, diz Rocha

Notícias - 17/05/2017

Novos documentos anexados pelos procuradores da Lava Jato no processo sobre o apartamento tríplex do Guarujá (SP) envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contradizem a declaração do petista durante depoimento ao juiz Sergio Moro, na última quarta (10).

No interrogatório, Lula disse que desconhecia ilegalidades na estatal e afirmou que só se reuniu com dirigentes da Petrobras apenas duas vezes durante os anos de seu mandato como presidente da República. No entanto, o Ministério Público Federal incorporou no processo agendas fornecidas pela própria Petrobras que mostram ao menos 23 reuniões e viagens de Lula com diretores da petrolífera em seus dois mandatos, como revela reportagem publicada nesta quarta (17) pela Folha de S. Paulo.

O deputado federal Wherles Rocha (PSDB-AC) afirmou que Lula utilizou a mesma estratégia da época das denúncias do mensalão. “Lula continua afirmando que não sabia de nada, que não tinha conhecimento de nada e que não viu nada quando todos os indícios apontam para ele. Essa estratégia não é suficiente para isentar ele. Na verdade, o que ele foi fazer no depoimento foi tentar criar um fato político para jogar não com as questões jurídicas”, disse.

Para o tucano, a tática do petista deu errado e os novos documentos só reforçam a participação nas irregularidades e a ocultação da verdade diante da Justiça brasileira. “Ele não conseguiu criar este fato político porque o juiz não permitiu, mesmo ele desacatando o Moro por várias vezes, mesmo ele se portando de forma indevida, ainda sim, o juiz manteve o equilíbrio e não deu argumentos para ele”, completou.

Rocha acredita que o conjunto de provas contra o ex-presidente é “irrefutável” e espera que as investigações sejam concluídas com a devida condenação dos responsáveis.

Encontros

De acordo com os novos documentos, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada, todos condenados em processos da Lava Jato, participaram das reuniões com o ex-presidente. Além destes, também aparecem compromissos de Lula com outros ex-diretores da estatal, como Graça Foster e Guilherme Estrella. A ex-presidente Dilma Rousseff também é listada em agendas como participante na época em que era ministra.

Além da Procuradoria, também juntaram documentos as defesas de Léo Pinheiro, sócio da OAS e também réu no processo, e a de Lula. Os advogados de Pinheiro acrescentaram agendas do ex-diretor em que são revelados encontros com Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e o ex-presidente.

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17/05/2017