Correios cortarão patrocínio e venderão imóveis para tentar contornar crise deixada por Dilma
Brasília (DF) – Após um déficit de R$ 2,1 bilhões no ano passado e um novo rombo de R$ 900 milhões nos cinco primeiros meses de 2016, os Correios se preparam para um novo prejuízo. A estatal terá de provisionar R$ 1,8 bilhão da Reserva Técnica de Serviço Anterior (RTSA), dinheiro que poderá ser aportado no fundo de pensão dos servidores, o Postalis. As informações são do jornal O Globo desta segunda-feira (11).
Segundo o presidente da estatal, Guilherme Campos, para tentar levantar as finanças a empresa cortará patrocínios, venderá imóveis, cogita empréstimo bancário, renegocia a parceria com o Banco do Brasil no Banco Postal e ainda quer aumentar a participação dos funcionários no plano de saúde.
Na avaliação do deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), o aparelhamento político feito da empresa pela gestão da presidente afastada, Dilma Rousseff, é um dos grandes responsáveis pela situação em que se encontra a estatal. “Hoje, o Brasil está pagando pelas inconsequências do governo do PT, que mostrou, além de estar absolutamente envolvido em inúmeros escândalos de corrupção, possuir uma péssima gestão política, com o desequilíbrio das contas públicas. Infelizmente, um dos maiores exemplos disso são os Correios”, afirmou.
O presidente dos Correios admitiu ainda que pode faltar dinheiro para pagar os 117,4 mil funcionários da estatal. A folha de pagamento da instituição corresponde a cerca de 60% a 70% do faturamento anual da companhia, que está em torno de R$ 10 bilhões.
Para não atrasar salários, o presidente da empresa pedirá ao Tesouro Nacional a devolução de R$ 3,8 bilhões retirados do caixa no governo da presidente afastada, Dilma Rousseff. Ele argumentou que, de 2007 a 2013, o Tesouro tirou do caixa dos Correios mais de R$ 6 bilhões. Como, pela legislação em vigor, a estatal teria obrigação de repassar 25% do seu resultado, o Tesouro teria retirado R$ 3,8 bilhões a mais.
Na avaliação do tucano, a dívida da instituição é um “crime” contra os trabalhadores e abala “seriamente” a credibilidade dos Correios. “As investigações continuam e nós esperamos que, com a nova Presidência da estatal e as novas regras que reduzem o risco de aparelhamento e do uso político eleitoral, possa haver um início de recuperação”, completou.