Crianças recebem atendimento integral e especializado nos hospitais do Pará
As risadas da família de Cintia Portilho, 27, preenchiam o quarto de seu filho, paciente no Hospital Oncológico Octavio Lobo, em Belém. A criança, que luta contra um câncer na pelve, recebia alta devido à melhora. No ambiente, a equipe multiprofissional, funcionários e familiares celebravam os seis meses de internação que eram deixados para trás.
‘’O hospital abraçou meu filho. Ele melhorou por causa da dedicação com a qual cuidaram dele. Deus se manifestou por esses profissionais’’, diz a mãe. Cintia lembra que o diagnóstico precoce fez a diferença. Quando os sintomas se manifestaram, ela levou o filho ao Pronto-Socorro da 14 de Março, que o encaminhou ao Octavio Lobo por suspeitar de câncer. “Ele chegou a ir para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). O tumor o deixou debilitado. Agora o tratamento dele continua em casa com visitas regulares ao hospital. Com a melhora temos planos de brincar, aprender e agradecer por essa superação”, conta.
A diretora geral do Oncológico, Alba Muniz, explica que o diagnóstico precoce é o fator que possibilita o tratamento eficaz, com reais chances de cura. “O tratamento é longo, então nos envolvemos com tudo que temos. Aqui o cuidado atende a família do paciente também, pois a base precisa se manter sólida’’. O hospital conta com uma estrutura completa para os acompanhamentos. Ao todo, 67 leitos de internação estão ativos, além de dez leitos de UTI, quatros salas no Centro Cirúrgico, seis leitos de observação e dois leitos de emergência, na Unidade de Atendimento a Intercorrências (UAI).
Neste Dia das Crianças, 12, o Octavio Lobo completa um ano de funcionamento com balanço positivo de 93% de satisfação entre os usuários. É referência na região Norte no combate ao câncer de pessoas com até 19 anos de idade. Nestes primeiros 12 meses de funcionamento, o hospital admitiu 764 pacientes – 77% oriundos do interior do estado – e fez 3.948 consultas ambulatoriais, 2.641 atendimentos à intercorrências, 105.044 exames, 3.736 transfusões sanguíneas, 45.187 atendimentos multiprofissionais e 168 cirurgias. Além da rotina técnica, o Oncológico desenvolve programas humanizados como o Cine Pipoca, Sou Super-Herói e Canto do Chef, que se dedicam a entreter os pacientes.
Acolhimento – Focar os esforços no atendimento humanizado. É com esta mentalidade que a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará se empenha diariamente. A Unidade Materno-Infantil Dr. Almir Gabriel, inaugurada em 2013, é referência no atendimento de crianças e mães na região Norte. A gerente do Serviço de Pediatria da Santa Casa, Ana Cristina Alves, explica que a ala pediátrica tem 28 leitos clínicos, 18 cirúrgicos e dez de UTI, nos quais os pacientes e mães têm acompanhamento 24 horas todos os dias da semana.
“Temos uma estrutura adequada para atendermos os pacientes e acompanhantes. A equipe multiprofissional atua precisamente diante dos diagnósticos de forma humanizada. Esses fatores são decisivos para obtermos resultados positivos’’, diz a gerente, informando que os pacientes pediátricos atendidos pelo hospital são encaminhados devidamente regulados pela Central de Leitos do Estado e do município, com exceção de crianças vitimizadas, que são atendidas espontaneamente.
Uma das crianças atendidas na ala pediátrica da Santa Casa é a filha de Edinalva Rodrigues, 32, natural de Bragança, nordeste paraense. Devido a complicações hepatológicas, a paciente de 4 meses de vida necessita de um transplante de fígado. “Não é fácil, mas não estamos sós. Apesar da dificuldade, aqui temos todo o apoio de que precisamos. Não nos falta nada em nenhum momento’’, diz a mãe.
Dentre os serviços ofertados, a hemodiálise pediátrica se destaca por ser a única oferecida no Estado. A presidente da Santa Casa, Rosângela Brandão Monteiro, diz que essa oferta é reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que, por conta disso, recebeu o investimento de R$ 5 milhões do Ministério da Saúde, que estão sendo investidos na melhoria da estrutura. ‘’Nossa hemodiálise assiste 28 crianças. Além desse serviço investimos em outros setores, como a aquisição de 60 incubadoras novas. Damos atenção a tudo, da estrutura física aos equipamentos, passando, claro, pelo atendimento humanizado’’, conclui.
Cardiopatias – Garantir atendimento de qualidade às crianças portadoras de defeitos cardíacos congênitos. Esse trabalho faz do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna referência em tratamento de cardiopatias infantis no Pará. A humanização do atendimento também é fator essencial. “Atendemos crianças com até 12 anos de idade. Até agosto deste ano, tivemos 137 procedimentos cirúrgicos convencionais e 104 hemodinâmicos, que consistem na desobstrução de artérias coronárias de forma menos invasiva. A demanda é proveniente de todo o Estado’’, explica a médica Renata Alves.
Ela destaca a importância do diagnóstico precoce. “É importante fazer o diagnóstico de forma precoce para identificar se há a presença de um possível defeito cardiológico. Isso pode ser feito na sala de parto. Quando identificado, os cuidados são providenciados’’.
*Do portal do governo do Pará