Crise derruba preço de venda e aluguel de imóveis e aumenta vacância

A quantidade de imóveis comerciais vazios em São Paulo e no Rio de Janeiro saltou de 3,56% para 17,47% entre 2010 e 2016, segundo a empresa Buildings, especializada em pesquisa imobiliária corporativa. A alta vacância é observada, de acordo com a companhia, em meio à crise econômica e o surgimento de novos empreendimentos, que geram um excesso de oferta. Em espaços corporativos de alto padrão, o índice de vacância em 2016 foi de 23% em São Paulo e 38% no Rio. O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) concorda que a desocupação desses empreendimentos é mais um dos efeitos da crise que afeta o país há pelo menos dois anos, provocada pelos governos do PT.
“Não há dúvidas de que essa queda de valores de aluguel realmente é fruto da crise. Você começa a ter mais oferta, além das dificuldades que já tem a pessoa que vai alugar. Muita gente acaba adiando compromissos e negócios que seriam feitos por conta da própria crise. As pessoas querem saber onde isso vai parar.”
A baixa procura também afeta profundamente o preço de locação desses imóveis. Segundo o índice FipeZap, que acompanha o mercado de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, os valores de aluguel fecharam o 1º trimestre do ano em queda de 0,74%, enquanto o preço médio do metro quadrado caiu mais de 1%. Os preços anunciados de venda dos imóveis seguiram a mesma tendência, e em 12 meses, recuaram 3,2%. Macris afirma que a cautela na locação de imóveis e na fixação dos preços é comum na crise, mas acredita que o cenário pode mudar muito em breve com a retomada do desenvolvimento.
“Se você tem, em um primeiro momento, a crise que segura os novos negócios, e queda na inflação por conta dessa própria crise, em breve há a retomada do desenvolvimento, com reformas e algumas atitudes do governo que apontam para um futuro mais bem equacionado do ponto de vista de responsabilidade fiscal. O país já começa a retomar o crescimento de maneira mais sustentada e controlada.”
As previsões de analistas são que as taxas de vacância em São Paulo e Rio devem começar a cair em 2018, na medida em que o volume de novos empreendimentos caia e que a crise seja superada.