Crise herdada do PT faz hospitais filantrópicos fecharem as portas e reduzirem atendimentos

Há pelo menos dois anos, os hospitais filantrópicos enfrentam uma das piores crises na história do país, e muitos deles ameaçam fechar as portas. Reportagem exibida nesta terça-feira pelo Bom Dia Brasil, da TV Globo, mostra que 218 dessas instituições encerraram as atividades entre 2015 e 2016, somando uma dívida de R$ 22 bilhões. Enquanto isso, os hospitais e santas casas sobreviventes têm reduzido cada vez mais os atendimentos. Na Santa Casa de Belo Horizonte – o hospital que mais interna pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais – cerca de 400 leitos foram desativados. Já a Santa Casa de Santo Amaro, na capital paulista, anunciou a desativação da maternidade, onde eram feitos 170 partos por mês. A direção do hospital alega que os procedimentos geravam um prejuízo de R$ 450 mil por mês. O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) lamenta que essas instituições, que complementam o deficitário sistema de saúde público brasileiro, tenham sido deixadas de lado pelos governos.
“O que aconteceu ao longo dos últimos anos é que o governo federal vem investindo cada vez menos na saúde pública, sobrecarregando Estados e municípios. Só que esses entes estão também em uma situação bastante comprometida do ponto de vista orçamentário, em função da crise. Estão com limitações em poder colaborar”, apontou.
Segundo a reportagem, a maior reclamação dos diretores desses hospitais é a falta de reajuste na tabela de repasses do SUS, que não ocorre há pelo menos dez anos. E tal descaso reflete na qualidade do atendimento ao público, que se queixa da falta de serviços essenciais, medicamentos e instrumentos hospitalares. Macris concorda que, sem os devidos repasses, essas instituições não terão condições de continuar atendendo a população.
“O governo federal precisa e deve repassar mais recursos para o Sistema Único de Saúde, sob pena de um ocorrer um processo pré-falimentar, que já está em andamento, como é o caso de algumas filantrópicas, que tinham até agora uma possibilidade de atendimento para suprir as necessidades básicas, e agora não estão mais fazendo isso”, disse.
O PSDB possui uma preocupação histórica em relação às filantrópicas e ao sistema público de saúde. O atual ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, é portador de um trabalho contínuo em prol das santas casas. O tucano é defensor de uma maior participação do governo federal em relação ao setor. O deputado Vanderlei Macris é autor de uma emenda constitucional que assegura um percentual mínimo da receita corrente líquida para o custeio da saúde no Brasil.