Datafolha: 48% dos paulistanos consideram gestão do petista Fernando Haddad ruim ou péssima
Brasília (DF) – A insatisfação com a gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), chegou a nível recorde segundo o Instituto Datafolha. Levantamento feito entre a última terça (12) e quarta-feira (13) revelou que 48% dos moradores da cidade entrevistados consideram a gestão do petista como ruim ou péssima. Para 35%, a gestão Haddad é regular. Apenas 14% dos eleitores aprovaram a administração do atual prefeito.
As informações são de reportagem publicada nesta sexta-feira (15) pelo jornal Folha de S. Paulo. Para se ter uma ideia do declínio do apoio popular a Haddad, o resultado da pesquisa Datafolha logo após a crise gerada pelas manifestações de junho de 2013 mostrava uma aprovação de 18% ao petista. Hoje, a nota média dada pelos eleitores para a administração municipal é de 3,9. O melhor resultado já alcançado pelo petista foi 5,9 em 2013.
Para o ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB Alberto Goldman, o trabalho de Haddad à frente da prefeitura da cidade ficou aquém das necessidades dos paulistanos. O tucano destacou que Haddad fez promessas que não poderia cumprir, confiando na liberação de recursos do governo da presidente afastada Dilma Rousseff que nunca vieram.
“O que a gente tem sentido é que o trabalho dele é um trabalho muito aquém das necessidades da cidade. De um lado, é claro que, como todas as cidades, houve um efeito da crise econômica que nós vivemos, e evidentemente São Paulo também não ficou fora disso. Mas, de outro lado, ele [Haddad] fez com que o mandato dele fosse muito dependente das promessas que a Dilma Rousseff fez a ele”, afirmou.
“O mandato era todo dependente das promessas da Dilma sobre recursos para vários setores, para várias áreas, e isso não aconteceu”, explicou. “Haddad ficou sem os recursos de arrecadação, porque eles caíram muito em todo o país, caíram também em São Paulo, arrecadação tanto do ICMS quanto de outros tributos, e de outro lado ele não recebeu aquilo que havia sido prometido a ele pela Dilma Rousseff. Inclusive atendeu apelos da Dilma de não-aumento de tarifas de ônibus, para evitar impacto na inflação, e isso acarretou com que ele fosse obrigado a ampliar os subsídios que a prefeitura dá às empresas de transporte coletivo”, apontou Goldman.
Ainda assim, o ex-governador de São Paulo ressaltou que a atual situação da capital paulista e a reprovação popular da gestão Haddad se devem, em grande parte, às próprias “deficiências pessoais” do petista e à sua “inexperiência no comando de uma administração tão complexa”.
“O resultado é que a administração dele é medíocre. Tem alguns gestos de marketing, que é o estabelecimento das ciclovias, os corredores, enfim, mas no geral a população vê a administração dele como extremamente deficiente”, completou Goldman.