Deputado tucano detona declarações de José Dirceu: “É um risco para a democracia e a República”

Notícias - 02/10/2018
Foto: Ed Ferreira – EBC

Nos últimos dias, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu concedeu diversas entrevistas com declarações que ilustram bem os perigos de o Brasil ter um novo governo PT. O petista defendeu teses como “tirar todos os poderes” do Supremo Tribunal Federal (SFT) e sugeriu, inclusive, mudar o nome da Corte ao argumentar que o Judiciário não é um poder da República. “Não sei por que chamam Supremo. Deveria ser só Corte Constitucional”.

Ele também teceu diversas críticas ao Ministério Público (MP), afirmando que, junto com o STF, se transformou em um quarto poder, classificando a democracia como “maculada”. Na semana passada, Dirceu também já havia feito afirmações polêmicas. O homem mais poderoso do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao jornal “El Pais” ser apenas questão de “tempo para o PT tomar o poder”, algo diferente de “ganhar as eleições”.

O deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) criticou as alegações do petista, mas, com base no histórico de Dirceu, disse não se surpreender com as opiniões, pois elas vão de encontro com a índole e o caráter do petista. “O pensamento dele é esse mesmo. Eles viram que na forma democrática o governo deles não deu certo. A população brasileira aguentou até certo ponto e isso faz parte do plano deles”, analisou.

Lembrando que Dirceu sempre foi tido como um “teórico” dos projetos de poder autoritário dos governos petistas, o parlamentar goiano destacou ainda os casos de corrupção que marcaram os últimos anos e a ideologia pregada pelo PT. “Eles bateram todo tipo de recorde negativo, indo da corrupção,  passada por eles para níveis institucionalizados, até incompetência. Se eles voltarem ao poder não terão capacidade administrativa nenhuma”, apontou.

Vale lembrar que, em 26 de junho deste ano, a Segunda Turma do STF decidiu, por 3 votos a 1, libertar Dirceu do presídio da Papuda, onde o ex-ministro cumpria pena por crimes como formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e recebimento de vantagem indevida no âmbito da Operação Lava Jato. O petista também acumula sentenças pelo Mensalão. Ao todo, ele foi condenado a 31 anos de prisão.

Reportagem: Danilo Queiroz

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02/10/2018