Deputados defendem
extinção do Dnit
Segundo eles, é preciso descentralizar as verbas e permitir que a população acompanhe as obras
Segundo eles, é preciso descentralizar as verbas e permitir que a população acompanhe as obras
Brasília (20) – Os deputados Otavio Leite (RJ) e Raimundo Gomes de Matos (CE) defenderam a extinção do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit). Nesta quarta-feira , novas acusações contra a autarquia foram reveladas. De acordo com o jornal “O Globo”, o órgão ligado ao Ministério dos Transportes promoveu oito aditivos em contratos com uma empresa considerada inidônea e proibida de fazer convênio com o poder público. “O Estado de S. Paulo” afirma que a Controladoria-Geral da União constatou superfaturamento e serviços com qualidade deficiente em obras no Mato Grosso do Sul.
Para os deputados, as mudanças pontuais anunciadas pela presidente Dilma, como as demissões de diretores do Dnit e do Ministério dos Transportes, não são suficientes para resolver os problemas. De acordo com os tucanos, é necessário desfazer a estrutura montada por apadrinhados políticos que aparelharam a autarquia e promoveram irregularidades que, segundo eles, se tornaram um “câncer profundo”. Tanto Otavio quanto Gomes de Matos acreditam que é preciso extinguir o Dnit e passar suas responsabilidades a outro órgão do governo.
O parlamentar pelo Rio de Janeiro afirma que a contratação de uma empresa não considerada apta acontece por “absurda influência política”. O Dnit, por meio da Companhia Docas do Maranhão (Codomar), mantém contratos com a Estaleiro do Rio Amazonas (Eram), mesmo a empresa sendo proibida de licitar e contratar. Os negócios já foram aditados diversas vezes e somam R$ 51 milhões.
“O Dnit é hoje uma sigla maldita e a presidente Dilma deveria extingui-lo, criando um novo órgão, decentralizando verbas e permitindo que a população tenha conhecimento do que acontece. Vemos que a cada denúncia aparecem outras, é o fio de uma meada que não acaba”, apontou Otavio Leite.
Já Para Raimundo Gomes, o Ministério dos Transportes e o Dnit são irrecuperáveis. Para ele, a extinção do órgão é a solução ideal, pois a constatação da CGU de irregularidades em seis obras de rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul é exemplo do que acontece em todo país. Uma alternativa apontada pelo deputado seria passar a administração das estradas brasileiras para o Exército, que tem contingente em várias regiões.
“Há um câncer instalado e se não houver uma extinção total e o remanejamento dos servidores, nada irá se solucionar. Tem que ser feita uma limpeza geral e não há outra opção a não ser a extinção do órgão que hoje é um antro de corrupção”, afirmou. Segundo ele, as explicações dadas até o momento sobre as denúncias Dnit foram insuficientes. Na avaliação do deputado, é necessário que até mesmo o ex-presidente Lula esclareça as irregularidades que ocorreram durante seu governo.
Fonte: Diário Tucano – Foto: Paula Sholl