Desacreditado em seu próprio país, Lula tenta desmoralizar a Operação Lava Jato no exterior

“É mais uma tentativa de desmoralizar o processo, desvirtuando os fatos”, avaliou o deputado federal Izalci Lucas

Imprensa - 17/11/2016

 Brasília (DF) – A última cartada da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na Operação Lava Jato acusado dos crimes de obstrução de Justiça, ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, organização criminosa e tráfico de influência, é a tentativa de desacreditar as investigações no exterior. Em entrevista a jornalistas na Suíça, os advogados do petista deram como certa a sua condenação, mas como resultado de uma Justiça “primitiva” e um conluio entre a imprensa, as instituições brasileiras e até mesmo os Estados Unidos.

As informações são de reportagem publicada nesta quinta-feira (17) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Na entrevista, o advogado australiano Geoffrey Robertson, que representa Lula no caso apresentado pelo ex-presidente no Comitê de Direitos Humanos da ONU, afirmou que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, “age de uma forma inaceitável”, classificando o sistema legal brasileiro como “primitivo”. “Nenhum juiz em país civilizado agiria como [Sergio Moro] está agindo contra Lula no Brasil”, acusou.

Já o advogado Cristiano Zanin Martins ressaltou que a condenação de Lula, diante do que chamou de abusos e manipulação, fará com que “ações bilionárias contra a Petrobras” nos Estados Unidos custem ao Brasil boa parte de suas reservas de petróleo.

Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), as justificativas são absurdas, e não passam de mais uma tentativa desesperada de vitimização da defesa de Lula.

“São artifícios usados para desmoralizar ou para descredenciar os adversários, ou mesmo aqueles juízes e promotores que estão à frente da ação. Tentam, de qualquer forma, dificultar e desmoralizar o processo, levando inclusive a nível internacional, para tentar descaracterizar o que foi feito. Só que já é uma unanimidade. Qualquer um hoje, que acompanhou ou acompanha o processo da Lava Jato, sabe que tudo isso nasceu no governo Lula, em 2003, e em todas as delações, as apurações que foram feitas, inclusive as CPIs, chegaram a essa conclusão: de que existem provas suficientes, de que montaram realmente um esquema, uma quadrilha para manter o poder a qualquer custo, saqueando inclusive os cofres públicos”, constatou.

Tiro no próprio pé

O parlamentar classificou ainda a estratégia de Lula, que busca desmoralizar as instituições brasileiras na esfera internacional, como um ‘tiro no próprio pé’. Vale destacar que a entrevista à imprensa internacional, convocada em Genebra, contou com apenas nove inscritos, entre eles um representante de um centro médico, um universitário e um professor de Direito.

“É mais uma tentativa de desmoralizar o processo, desvirtuando os fatos, levando para uma esfera internacional como se isso fosse suficiente para desmontar o esquema que foi feito”, rebateu Izalci Lucas.

“Na prática, o fato de ser no exterior não faz com que as pessoas não acompanhem o que está acontecendo. É uma forma de tentar desqualificar, levar para o lado político e dizer que está sofrendo perseguição política, o que não tem nada a ver. Acho que já está mais do que provado o esquema que foi montado aqui no Brasil. É um tiro no pé que ele [Lula] está dando. Mesmo em outros países, na área internacional, as pessoas já sabem o que está acontecendo aqui”, completou o tucano.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

X
17/11/2016