Desempenho fraco do BNDES em 2016 é mais um exemplo da herança maldita, diz tucano
Para Hauly, gestão anterior do BNDES errou ao subsidiar, com dinheiro do contribuinte, investimentos que poderiam ter sido financiados de outra forma
Brasília (DF) – Os dois anos de recessão em que a gestão petista mergulhou o país ainda se refletem no desempenho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2016, os desembolsos do banco chegaram ao seu menor nível em 20 anos. Foram emprestados apenas R$ 88,2 bilhões no ano passado, valor que representa cerca de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (1º) pelo jornal Valor Econômico.
Para se ter uma ideia da involução dos empréstimos concedidos pelo banco, basta analisar o ano de 2015, quando os desembolsos somaram R$ 135,9 bilhões. O pico foi em 2010, quando o BNDES desembolsou R$ 246,3 bilhões, o equivalente a 4,3% do PIB daquele ano. Em apenas seis anos, esse número encolheu dois terços. As consultas, que indicam o investimento futuro, também chegaram ao menor patamar em 20 anos em 2016, encolhendo de 6,7% do PIB em 2009 para 1,7% no ano passado.
Ao comentar o desempenho do banco, o superintendente da área de planejamento e pesquisa do BNDES, Fábio Giambiagi, afirmou que o retorno ao patamar de desembolsos de R$ 100 bilhões não está na perspectiva imediata da instituição. “Não trabalhamos com perspectiva de R$ 100 bilhões este ano. Não seria realista”, disse ao Valor.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a queda dos desembolsos do BNDES é apenas mais um dos sintomas da doença que acometeu a economia brasileira durantes os anos de gestão dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
“A herança maldita dos governos Lula, Dilma e do PT ainda vai ter consequências por décadas no Brasil. Atingiu todos os setores da economia e também o BNDES. Só que a política de terra arrasada finalmente foi deposta, e eles foram banidos do poder. Agora, o trabalho do governo como um todo, dos estados, dos municípios, das empresas, da União, do BNDES, do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras é reconstruir”, destacou o tucano.
Recursos mal aplicados
O grande problema é que de nada adianta um alto desembolso como o de 2010 quando os recursos são mal aplicados. Segundo analistas, a mesma política que permitiu ao BNDES alcançar patamares expressivos de financiamento também é responsável por uma parcela do déficit fiscal que hoje consome o setor público e distancia ainda mais o país da retomada de sua própria economia.
Para Hauly, a gestão anterior do BNDES errou ao subsidiar, com dinheiro do contribuinte, investimentos que poderiam ter sido financiados de outra forma. Um exemplo são as obras custeadas com dinheiro dos cofres brasileiros em países como Cuba e Venezuela, governos totalitários alinhados ideologicamente com o Partido dos Trabalhadores.
“Esse que foi o mais nefasto governo da história do Brasil, um dos piores governos do mundo. Por todo o estrago feito, a recuperação da nossa economia e do BNDES vai se dar os poucos, e ainda vai levar muitos anos para recuperar tudo o que foi perdido. Vai depender das reformas que fizermos. Nós chegamos ao fundo do poço. Uma reforma ampla ainda este ano é inadiável. Não cabem mais remendos ou atalhos”, completou o parlamentar.
Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Valor Econômico.