Dilma mais uma vez muda a versão sobre caixa dois da sua campanha de 2010
Depois de negar caixa dois na campanha, agora a petista afirma que a prática ilegal ocorreu após as eleições
Mais uma vez, a presidente afastada Dilma Rousseff mudou a sua versão sobre o caixa dois que teria sido usado em sua campanha ao Palácio do Planalto, em 2010. Em entrevista à Rádio França Internacional nesta segunda-feira (25), Dilma afirmou que, como o caixa dois teria ocorrido após as eleições, ele não atingiu sua campanha. Antes, a petista alegava que nunca havia recebido dinheiro ilícito, como revela reportagem publicada nesta terça-feira (26) pelo jornal O Globo.
Segundo Dilma, se houve caixa dois na campanha, a prática ilegal aconteceu sem o seu conhecimento. As afirmações da petista foram dadas um dia depois de o ex-marqueteiro do PT João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, terem admitido a prática de caixa dois, pela primeira vez, ao juiz Sérgio Moro – responsável pelas investigações da Operação Lava Jato.
Na semana passada, o ex-marqueteiro e sua esposa afirmaram que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornick foi de caixa dois da campanha presidencial, em 2010. Mônica Moura disse que o pagamento foi referente a uma dívida de campanha do PT. Segundo ela, restou um débito de quase R$ 10 milhões que não foi pago.
O depoimento do casal acirrou ainda mais os ânimos entre os integrantes da comissão do Impeachment do Senado. Já no início da próxima semana será feita a leitura do parecer final do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) que recomenda a perda definitiva do mandato para Dilma. A votação do relatório está prevista para o dia 9 de agosto.
Para o senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), membro da comissão do Impeachment, ao se contradizer, Dilma reforça que sabia sim dos atos ilícitos cometidos em seu governo.