Dilma se comparar a Getulio Vargas e Jango às vésperas do impeachment é “ato desesperado”, diz tucano

Izalci Lucas: Estratégia petista é “uma tentativa de mudar o foco, para que na história as pessoas se confundam”

Imprensa - 24/08/2016

PINT5320 dilma rousseffBrasília (DF) – Em mais um discurso para apoiadores que se reuniram em São Paulo, nesta terça-feira (23), em ato da Frente Brasil Popular contra o impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que continuará lutando para evitar o seu afastamento definitivo do cargo, que começa a ser julgado nesta quinta (25), e se disse vítima de uma perseguição, chegando a se comparar aos ex-presidentes da República Getulio Vargas e João Goulart. As informações são de reportagem do jornal O Globo.

“Não renunciei porque hoje existem espaços democráticos neste país. Eles [a oposição] não obrigaram a me suicidar como obrigaram o Getulio, nem me fizeram pegar um avião para o Uruguai como fizeram com o Jango. E sabe por quê? Porque tem uma democracia aqui que lutamos para construir. Temos que saber que esta luta não tem data para terminar”, declarou Dilma.

O deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) destacou a ironia no fato de Dilma Rousseff se comparar a um presidente que foi realmente vítima de um golpe, caso de João Goulart, destituído pelos militares em 1964, e classificou a fala da petista, às vésperas do julgamento do impeachment, como um ato desesperado.

“É desespero. É lógico que eles [os petistas] estão tentando fantasiar uma história para ficar nos anais, e daqui há alguns anos tentarem desvirtuar os fatos. Na prática, o que Dilma está fazendo é uma manipulação, algo que o PT faz muito bem, no sentido de tentar manipular a opinião pública e passar para a história uma versão diferente, induzindo as pessoas a compará-la ao Getulio, ao Jango. Faz parte da estratégia de construir uma mentira para tentar mudar a história”, avaliou.

O parlamentar argumentou que não faz sentido o discurso que tenta colocar Dilma Rousseff como perseguida política em uma democracia que ela própria ajudou a criar, e nem a alegação de que o impeachment seria antidemocrático, já que foi a própria democracia, com suas leis e a Constituição Federal, que determinou os mecanismos a serem seguidos no caso do afastamento de um governante por crime de responsabilidade.

“É um discurso que não faz sentido, não tem vínculos. Primeiro porque o que o PT tentou implantar na época no Brasil foi o comunismo, não foi a democracia. Qualquer um sabe disso. E segundo, todo o processo do impeachment foi questionado pelo Supremo Tribunal Federal, inclusive as questões constitucionais. O Supremo disse que tudo era constitucional, tanto é que diversas vezes tentaram derrubar o impeachment e não conseguiram. Todos os ritos da Constituição foram seguidos, foram obedecidos, além da legislação ordinária”, apontou.

O tucano constatou que a estratégia petista é “uma tentativa de mudar o foco, para que na história as pessoas se confundam”.

“O que Dilma fez foi crime de responsabilidade sim. E é importante levar em consideração, porque isso não está no processo de impeachment, o assalto que fizeram no país. Quebraram o país, cometeram crimes que, por si só, já seriam suficientes para o afastamento desse governo. Eles mentem e depois começam a acreditar na própria mentira deles, essa que é a estratégia”, completou Izalci Lucas.

Leia AQUI a íntegra da matéria do jornal O Globo.

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24/08/2016