Dirceu diz que delações de marqueteiros podem complicar Lula e Dilma

A situação dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff deve piorar e muito com as delações premiadas do publicitário João Santana e sua mulher, Monica Moura, responsáveis pelas campanhas presidenciais do PT. A previsão é do ex-ministro petista José Dirceu que conhece bem a situação e já amarga a prisão em Curitiba desde agosto de 2015.
De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo deste sábado (8), Dirceu afirmou a aliados que o visitaram recentemente na cadeia que o PT vem ignorando o fato de que Lula pode ser preso a qualquer momento especialmente após a homologação na última terça-feira (4) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) das colaborações do casal. Segundo o ex-ministro, Dilma e Lula são os principais alvos das delações e o partido deveria mobilizar desde já movimentos sociais e grupos da sociedade civil para grandes manifestações para fazer frente a qualquer investida da Justiça contra o ex-presidente.
Delação
De acordo com a Folha de S.Paulo, o acordo homologado pelo ministro do STF, relator da Operação Lava Jato, foi assinado entre o Ministério Público Federal e o marqueteiro João Santana, mas abrange também sua esposa e André Santana. O casal – responsável pelas campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014) – foi preso em fevereiro de 2016, na 23ª fase da Lava Jato, por suspeita de receber da Odebrecht e do lobista Zwi Skornicki dinheiro desviado da Petrobras.
Na época, Santana estava na República Dominicana, onde trabalhava para reeleição do presidente Danilo Medina. Após 5 meses, o juiz Sergio Moro, responsável pela operação na primeira instância, autorizou que o casal deixasse a sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) e a partir daí iniciaram o processo de negociação para delação, que se arrastou por meses.
Segundo a Folha, os marqueteiros admitiram ter recebido US$ 4,5 milhões por meio de caixa dois para a campanha de Dilma em 2010, mas o valor pode ser ainda maior. Delatores da Odebrecht confirmaram o pagamento ao marqueteiro R$ 16 milhões também via caixa dois e Mônica Moura teria intermediado os acertos. Além disso, conforme o jornal, Santana disse poder detalhar despesas de Dilma que teriam sido pagas por ele, como os serviços do cabeleireiro Celso Kamura e que a ex-presidente teria o alertado sobre sua prisão quando estava na República Dominicana. O casal será ouvido novamente no processo impetrado pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Clique aqui para ler a íntegra da matéria.