Diretor da Caixa pediu doações a agências para campanha à reeleição de Dilma
Mensagens obtidas pela revista Veja evidenciam que o Palácio do Planalto atuou diretamente para arrecadar recursos ilegais de caixa dois na campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2014. Desta vez, segundo a revista, as agências de publicidade que atendiam a Caixa Econômica Federal teriam repassado recursos ao PT.
A Veja afirma que o ex-diretor de Marketing da Caixa Clauir Luiz dos Santos teria pedido, em reunião sigilosa em Brasília, no dia 14 de agosto de 2014, a dois executivos da agência Borghi-Lowe, Valdir Barbosa e Ricardo Hoffmann, doações para a campanha da petista em nome do Palácio do Planalto. A agência em questão teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato no ano passado, acusada de fazer parte de um esquema que contava com o ex-deputado petista André Vargas (agora, sem partido) e Ricardo Hoffmann foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
De acordo com matéria do jornal O Globo deste domingo (31), Valdir Barbosa, então vice-presidente da agência, relatou o ocorrido em um e-mail enviado ao seu superior, Michael Wall. “O CEO da Caixa foi convocado à sede do governo federal e recebeu a solicitação para pedir aos fornecedores da Caixa contribuições políticas ao partido do governo (PT)”, diz a mensagem, segundo a Veja. Ao ser confrontado pelos executivos de que a Borghi-Lowe não fazia contribuições a partidos políticos, o ex-diretor da Caixa teria respondido que três agências que atendiam a Caixa aceitariam o “convite”.
Segundo o jornal, a agência, que desde o ano passado se chama Mullen Lowe Brasil, negocia um acordo de leniência com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle e a troca de emails faria parte do conjunto de provas que a agência pretende entregar aos investigadores. Em poder dos investigadores da Operação Lava Jato, a revista Veja afirma que as mensagens seriam a “primeira prova material de que partia da sede do governo a ordem para achacar empresas durante a campanha de Dilma Rousseff.”
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