Discurso do Senador Teotonio Vilela Filho, durante a VI Convenção Nacional do PSDB

Notícias - 19/05/2001

Companheiros e companheiras tucanas, depois de cinco anos na Presidência da Executiva Nacional do PSDB, depois de todo esse período de trabalho das Comissões Executivas que presidi e do empenho de cada instância partidária nos estados e nos municípios, entrego um PSDB renovado e afirmado como o mais forte partido nacional.

Nesses cinco anos, enfrentamos três eleições, crescendo em votos e em representação a cada uma delas. E não nos tornamos apenas um partido grande, nós nos afirmamos como um grande partido. Por essas vitórias, pelo crescimento partidário, com qualidade política, esta pode ser a Convenção da comemoração e do êxito do maior partido do Brasil.

Ocorre que este momento é também marcado pela dor da ausência de companheiros que personificaram a vida em vida, os nossos ideais, o exemplo de Mário Covas. Mas isso nos remete muito além da saudade e faz deste evento a Convenção da ética. Nesta Convenção, como daqui para diante na vida do PSDB, permanecerão vazias as cadeiras de Mário Covas e de Franco Montoro. Eles estiveram aqui na Convenção passada e se foram como amigos e líderes, como conselheiros de consciência crítica do Partido, mas tornaram-se a referência das nossas ações e da causa que continuamos levando.

Sob o símbolo de Covas e sua saudade, de Montoro e sua lembrança mais viva, nos reunimos hoje, não acomodados no Poder, mas estimulados pelos ensinamentos que nos impõem o programa partidário, pelos compromissos que nos cobra a História e pelos desafios que nos chegam das ruas. O maior desses desafios, com certeza, é o de atuar e de se afirmar na sociedade como o Partido da ética, que imprime a dignidade no exercício da política. Ética e dignidade pessoal são o principal patrimônio e o orgulho do PSDB, são o legado de Covas e Montoro, a prática dos tucanos e a história do nosso líder Fernando Henrique, que vai da resistência democrática até o exercício do mais alto poder da República, sem uma mácula, sem um só desvio ético.

Fernando Henrique assumiu todos os riscos de comandar um profundo processo de transformação do Estado e da vida nacional sem abrir mão de seus valores de consciência. Teve coragem para fazer isso sem se expor, sem expor o país aos riscos da demagogia. Não trocou a governabilidade pela popularidade imediata, não cedeu às tentações da facilidade e segue seguro a trilha árdua de quem consolida uma grande obra. A História fará justiça a Fernando Henrique, reconhecendo-o como o grande Presidente que conduziu o país para a estabilidade, o desenvolvimento e o avanço social como nunca se fez.

Mas a História virá amanhã. E antes disso, no horizonte político mais imediato, Fernando Henrique exercerá a sua liderança em defesa das conquistas do seu Governo e do Plano Real, conduzindo o PSDB a uma grande vitória em 2002, elegendo o seu sucessor na Presidência da República, governadores e a mais expressiva bancada parlamentar.

Entregamos ao companheiro José Aníbal um PSDB fortalecido. Desenvolvemos os núcleos feminino e da juventude Discutimos os grandes temas nacionais e firmamos presença em todas as regiões, praticamente em todos os municípios do país. E devemos isso a esta militância, devemos isso a vocês mulheres tucanas, devemos isso a vocês juventude do PSDB, devemos à militância tucana que defende este Partido nas ruas e nas praças de todo o Brasil.

Se há muito o PSDB deixou de ser um partido congressual de seus primeiros dias, crescendo nas ruas pelo voto popular, também soube crescer na atuação parlamentar. Registre-se, em especial, o avanço na Câmara dos Deputados, que nesses cinco anos saímos de 60 deputados para 104, onde se tornou a maior bancada e que nos permitiu levar à Presidência da Casa a juventude, a seriedade e o talento político do nosso futuroso deputado Aécio Neves, promovendo as reformas profundas e inadiáveis que o país precisa.

O Partido cresceu e se consolidou, sem a dubiedade oportunista dos que sendo Governo comportam-se como oposição, balizados pela oscilação do noticiário e das pesquisas. O PSDB jamais faltou com sua lealdade ao Governo Fernando Henrique, não por conveniências, mas em nome do Brasil.

A Social Democracia Brasileira consolidou uma marca de eficiência administrativa, o jeito tucano de governar. Cada prefeito, cada governador tucano escreve com suas ações, com sua prática uma crônica de austeridade, de competência, de seriedade, de transparência, de respeito ao povo.

Foi o PSDB de Fernando Henrique que derrotou a inflação, o mais perverso dos impostos, o que mais concentra riqueza, acentua desigualdades e agrava a miséria. O PSDB de Fernando Henrique viabiliza o Brasil moderno, implantando as reformas estruturais e desencadeando uma verdadeira revolução social com base na Saúde, tão bem conduzida pelo Ministro Serra, na Educação, do Ministro Paulo Renato, nas Comunicações, do Ministro Pimenta, na reforma agrária, nas conquistas econômicas, mantendo a base necessária para o país começar desde já uma nova era de trabalho e avanços sociais, com muito mais justiça e menos desigualdades.

E nós estamos com você, companheiro Fernando Henrique, estamos com você prontos para trabalhar o seu lado de vencer mais essa crise da energia, como derrotamos a inflação e superamos as ameaças internacionais. Estamos ao seu lado, companheiro Fernando Henrique, com o mesmo sentimento de quando despertamos as esperanças nacionais construindo a sua candidatura à Presidência, com a mesma disposição de fazer o melhor pelo Brasil.

Neste momento, companheiros e companheiras, neste momento em que concluo uma tarefa partidária, duas vezes renovada, encerrando cinco anos de trabalho à frente da Executiva Nacional, cabe-me agradecer, agradecer esperando ter correspondido a confiança recebida.

Aos companheiros do Diretório Nacional e da Comissão Executiva, a anterior e a que hoje encerra o seu mandato, agradeço a solidariedade, que nos permitiu dirigir colegiadamente os interesses e os destinos do Partido. Manifesto a minha gratidão a cada um de vocês, nominando os dois Secretários-Gerais, parceiros, que mais que companheiros, tornaram-se meus verdadeiros irmãos de fé e de causa, Arthur Virgílio e Márcio Fortes.

Aos funcionários da Executiva Nacional e das demais instâncias partidárias a certeza de que o PSDB, mais que eficiência funcional, deve-lhes também o envolvimento pessoal, que me cabe registrar e agradecer.

A cada um de vocês meus irmãos tucanos, companheiros e companheiras de todo o Brasil, o meu mais fraterno agradecimento.

Ao companheiro José Aníbal, à nova Comissão Executiva e ao Diretório Nacional, espero poder retribuir o mesmo apoio e solidariedade, que jamais me faltaram. Tenho certeza e confiança no talento que lhes sobra para conduzir o Partido numa nova etapa, alargando horizontes e sentindo sempre e cada vez mais forte o mesmo pulsar das ruas que o fez surgir há quase treze anos.

Adiante tucanos, adiante, o Brasil precisa muito do PSDB, temos muito trabalho pela frente, é nossa responsabilidade continuar o projeto de desenvolvimento nacional iniciado na eleição de 1994 e referendado pelo povo em 1998. Por isso, vamos vencer também as eleições de 2002 para as Assembléias e Governos Estaduais, para o Congresso e a Presidência da República.
Permitam-me a frase: “A luta continua, pelo legado de Mário Covas e pelo Brasil!“.

Um grande abraço e muito obrigado.

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19/05/2001