Doria busca investidor nos Emirados Árabes para capital paulista
Prefeito iniciou rodada de consultas com bancos e fundos em busca de parceiros para programa de privatizações
Brasília (DF) – O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), iniciou nesta segunda-feira (13) nos Emirados Árabes uma rodada de consultas com bancos e fundos em busca de parceiros para um programa de privatizações na capital paulista. O desafio do tucano será grande, já que, desde o início do ano passado, o público local tem se retraído em razão da queda no preço do petróleo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (14).
De acordo com Wada Al Taha, analista do Cisi, instituto britânico de títulos e investimentos, a queda histórica do preço do petróleo não significa que os Emirados tenham deixado de investir, mas que não têm mais tanto apetite a se arriscar sem a certeza do retorno e da estabilidade.
Não se abatendo com o cenário, Doria se reuniu com o fundo Mubadala, que investiu US$ 2 bilhões na holding do empresário Eike Batista, preso desde o final de janeiro sob acusações de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O grupo recuperou seus aportes assumindo uma série de ativos e agora negocia a compra de 24,4% na Invepar, que administra concessões como a do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Em Dubai, onde pontos de ônibus são climatizados no verão, o prefeito anunciou que as privatizações e concessões de 29 terminais paulistanos terão exigência de ar-condicionado. Segundo Doria, os terminais deverão ter creches, unidades do Poupatempo e estabelecimentos comerciais, em espaços vigiados por câmeras.
Após reunir-se com dois fundos de investimento, um banco e a Câmara de Comércio local de Abu Dhabi, Doria mostrou imagens e estatísticas dos lotes abertos a parcerias, cujos carros-chefe são o Anhembi e o autódromo de Interlagos.
Confiança e estabilidade
Segundo a reportagem, o prefeito disse ter recebido bons sinais durante suas reuniões no país. Doria relatou ter escutado de um banco “o testemunho de que o Brasil vem reconquistando a confiança dos investidores”. “Esses bancos têm analistas que olham com lupa para países em desenvolvimento”, declarou.
O interesse do banco FGB seria tão grande que seus representantes, de acordo com Doria, teriam pedido informações sobre todas as 55 oportunidades de privatização mapeadas pelo tucano em São Paulo. O grupo Adia, que tem ativos estimados em US$ 800 bilhões, sugeriu ao prefeito que crie um tipo de fundo público para a administração municipal, proposta que será estudada.
“Eles disseram que o Brasil tem estabilidade política e criticaram as ações dos governos populistas, que afastaram os investidores”, destacou Doria.