É golpe uma Assembleia Constituinte na Venezuela, diz chanceler

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, afirmou, nesta terça-feira (2), que a convocação de uma Assembleia Constituinte na Venezuela, defendida pelo presidente Nicolás Maduro é um “golpe” e representa uma “ruptura” na ordem democrática.
A Venezuela enfrenta há meses uma grave crise, que afeta as áreas política, econômica e social. A oposição no país quer novas eleições. Nas últimas semanas, manifestações de rua terminaram em conflitos violentos, alguns com registros de mortes.
Em meio à crise, nesta segunda-feira (1º) Maduro decidiu convocar a constituinte que, segundo ele, servirá para “alcançar a paz de que o país precisa, para derrotar o golpe fascista”. Ele enfatizou que será uma constituinte “do povo”, e não de “partidos políticos”.
No entanto, a oposição disse que a intenção do processo convocado por Maduro é adiar as eleições regionais previstas para este ano e as presidenciais do final do ano que vem. Além disso, alega que os 500 integrantes da assembleia não serão eleitos pelo voto universal, e sim por setores sociais e por comunidades ligados a Maduro.
Para Aloysio Nunes, a constituinte proposta por Maduro é diferente, por exemplo, da do Brasil em 1988, quando a população elegeu os parlamentares que iriam elaborar a nova Constituição.
“Eu qualifico como um golpe, mais um momento de ruptura da ordem democrática contrariando a própria constituição venezuelana, porque essa constituinte convocada por Maduro não é uma constituinte como nós fizemos aqui no Brasil, onde todos os brasileiros votaram e elegeram seus representantes”, afirmou o ministro.
Para o chanceler, o objetivo de Maduro é reforçar o poder do governo com a nova constituinte.
“Lá quem vai eleger são organizações sociais controladas pelo governo, que vão eleger representantes para fazer uma constituição de acordo com o que o governo quer”, completou o ministro.
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