É preciso combater a dengue com seriedade
A dengue é uma doença que pode ser prevenida com a participação de toda a população. No entanto, os governos têm papel fundamental da mobilização dos moradores e dos agentes de saúde que fiscalizam e atuam para prevenir a proliferação do aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus causador da doença.
O aumento histórico do registro da doença no Brasil e no mundo se deve a diversos fatores. Especialistas indicam que as mudanças climáticas já estão contribuindo com o avanço da dengue. Em 2023 foram registrados 1,659 milhão de casos da doença no Brasil, segundo registro do Ministério da Saúde. E a previsão é que 2024 seja o pior ano da série histórica da dengue no Brasil, superando 2015, que teve 1,688 milhão de registros.
O momento que vivemos hoje no combate à doença é de busca de soluções. O exemplo premiado de Goiás pode servir como modelo de atuação emergencial. Com medidas simples, porém muito efetivas, em um ano Goiás reduziu à metade os casos da doença. Agora, a situação voltou a se tornar uma calamidade. Em 2023, o estado bateu o recorde histórico de dengue com 210 mil casos contra 167 mil da maior epidemia que já havia sido registrada até então, e que foi combatida com efetividade. Já é possível dizer que caminhamos para um resultado ainda pior agora em 2024.
Entre 2015 e 2016, o então governador de Goiás, Marconi Perillo, atual presidente nacional do PSDB, criou o programa “Goiás contra o Aedes”. Defesa Civil estadual e as secretarias municipais de saúde foram integradas em uma sala de situação para acompanhar e epidemia em tempo real e tomar medidas rapidamente. Os municípios tiveram melhor desempenho no controle do aedes aegypti receberam prêmios em repasses financeiros. Houve um estímulo do governo estadual para que todos os domicílios e estabelecimentos comerciais fossem visitados para trabalhar na eliminação dos focos do mosquito. E ainda houve uma campanha maciça em todos os meios de comunicação para sensibilizar a população. Médicos e hospitais tiveram treinamentos para atendimento as doentes.
Além de medidas como estas aplicadas em Goiás em meados da década passada e que são possíveis de serem reproduzidas em todo o país com a participação tanto do governo federal quanto dos estados e prefeituras, é preciso estudar os efeitos das mudanças climáticas e buscar medidas para mitigá-los.
Outro fator muito importante é o estímulo à vacinação contra a dengue, primeiro em populações mais vulneráveis aos efeitos da doença, depois em toda a população. A vacina do Instituto Butantã em fase final de testes apresenta indicativos promissores. A vacina deve estar disponível no início de 2025 e é fundamental que o governo federal providencie a compra e distribuição da vacina o mais rápido possível.
Só com a união de medidas efetivas —como as do exemplo de Goiás— o combate aos efeitos das mudanças climáticas e a vacinação em massa nós poderemos evitar novos surtos da doença em anos futuros.