“É uma página da tragédia que se abateu sobre o país”, diz Otavio Leite sobre indiciamento de ex-gerente de Abreu e Lima

Imprensa - 05/01/2017

otavio-leite-foto-agencia-camaraBrasília (DF) – Berço das investigações da Operação Lava Jato, as fraudes na construção da Refinaria Abreu e Lima, empreendimento da Petrobras em Pernambuco, continuam a ter novos desdobramentos. Desta vez, a Polícia Federal indiciou o engenheiro Glauco Legatti, ex-gerente da Abreu e Lima, por corrupção passiva e organização criminosa. Também foram indiciados o engenheiro Shinko Nakandakari, apontado pela Lava Jato como operador de propinas, e o executivo Erton Medeiros Fonseca, ligado à Galvão Engenharia.

As informações são de reportagem publicada nesta quinta-feira (05) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Após as investigações apontarem um superfaturamento bilionário nas obras da refinaria, Glauco Legatti procurou a força-tarefa da Lava Jato para prestar “esclarecimentos de forma espontânea”, uma vez que sua tentativa de delação premiada foi frustrada. O ex-gerente disse à PF que recebeu propina da Odebrecht e de Shinko Nakandakari e entregou documentos que comprovam suas declarações.

Para o deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ), o volume de indiciamentos e de pessoas implicadas no esquema de corrupção já não surpreende ninguém.

“Mais um indiciamento é apenas uma página de inúmeros capítulos da tragédia que se abateu sobre o país, em especial a Petrobras, provocada pelo desgoverno e pela corrupção arquitetada por uma organização criminosa que se estabeleceu no Palácio do Planalto. Essa que é a verdade. Não me espanta porque são múltiplos os desdobramentos e gigantescos os prejuízos causados ao Brasil”, considerou.

O tucano destacou que a construção da refinaria seria estratégica para o setor petroleiro do Brasil. O negócio, porém, foi permeado por esquemas de corrupção que dobraram o valor da obra e envolveram a cúpula do governo federal na época. Quando ministra da Casa Civil, em 2009, a ex-presidente cassada Dilma Rousseff teria sido inclusive informada sobre os “indícios de irregularidades graves” nas obras da refinaria. Documentos mostram que Dilma chegou a pedir para a Controladoria Geral da União (CGU) para apurar o caso, mas o processo acabou arquivado em janeiro de 2014, sem nenhuma punição.

“A Abreu e Lima já custou mais do que duas Abreu e Lima, essa é a verdade. Enquanto isso, o país continua tendo que amargar todo esse prejuízo. E mais: tendo que importar todos os anos gasolina e diesel porque não refina o próprio petróleo que produz”, afirmou.

Otavio Leite acrescentou ainda que a história brasileira vive uma “trágica fase”, onde um grupo mafioso instituiu uma organização criminosa para desviar recursos públicos e, em especial, da Petrobras.

“Se espera nada mais do que justiça para que os delinquentes que assaltaram os cofres públicos paguem por isso e, ao mesmo tempo, como no fundo o Brasil é maior do que os seus problemas, ainda tenha esperanças de ver essa nossa crise ser ultrapassada”, completou o parlamentar.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

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05/01/2017