Efeito PT: mais de 42% dos brasileiros vão usar o 13º salário para pagar dívidas
As compras de Natal feitas com o 13º salário fazem parte dos hábitos de consumo dos brasileiros, mas devem ficar para trás neste ano. Segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo, 42,5% dos brasileiros vão usar pelo menos a primeira parcela do benefício para quitar dívidas. Ainda segundo o levantamento, apenas 5% dos pesquisados pretendem usar esse dinheiro para fazer compras, o que pode prejudicar o comércio no fim do ano. O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, explica o motivo de tanto aperto financeiro: é um efeito da recessão econômica vivida há anos pelos brasileiros, responsabilidade das gestões do PT e que deixou mais de 50% da população endividada.
“Nós estamos vivendo uma crise muito grave no Brasil, patrocinada pelo governo corrupto do PT, que deixou essa herança maldita aí para nós agora, para o novo governo do Temer. Hoje mais de 50% das famílias brasileiras estão endividadas, por várias razões. E elas vão usar parte do 13º para pagar essas dívidas”, declarou Tebaldi.
A pesquisa mostra ainda que mais de 22% dos brasileiros não sabem como aplicarão a primeira parcela do 13º salário. O percentual de indecisos dobrou em relação ao ano passado, quando o índice somava 11,8%. Segundo o presidente da associação responsável pela pesquisa, Alencar Burti, esse resultado gera incertezas no mercado. Diante da vontade dos brasileiros em quitar as dívidas e garantir as compras do Natal, Marco Tebaldi sugere que as lojas, bancos e financeiras sejam flexíveis na renegociação de débitos e na venda de produtos.
“É recomendável e razoável que bancos, comércios e setores que atendem o consumidor possam flexibilizar, renegociar e fazer ajustes para que as pessoas possam, de forma planejada, quitar as dívidas e fazer as compras de Natal”, acrescentou.
A enquete mostra ainda que os brasileiros já não pensam tanto em usar o benefício para viajar ou comprar imóveis. No ano passado 5,9% dos entrevistados pretendiam investir parte do 13º em viagens, mas o índice caiu para 2,5% neste ano. Em 2016, a reforma da casa deve ser uma opção mais viável de gastar o benefício para 2,5% dos entrevistados, em vez de adquirir um imóvel.