“Elegemos a saúde como prioridade absoluta”, destaca João Doria
Brasília (DF) – Ao participar da sexta edição do encontro “E agora, Brasil?”, promovido pelo grupo Globo em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) na última terça-feira (27), no Rio de Janeiro, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), destacou que sua gestão elegeu a saúde como prioridade absoluta. Em seis meses no cargo, o tucano adotou na capital paulista um modelo de gestão pública fundamentado na eficiência, buscando soluções criativas para lidar com o baixo orçamento, como as parcerias com a iniciativa privada.
O resultado das ações de Doria é que a cidade conseguiu zerar a fila de espera por exames médicos no Sistema Único de Saúde (SUS), que era de 19 meses, com o programa Corujão da Saúde. A prefeitura fez convênio com 44 hospitais privados para a utilização de sua estrutura, equipamentos e funcionários durante o seu período ocioso.
“Elegemos a saúde como prioridade absoluta. O maior problema do país é a saúde pública”, destacou Doria. “Não teve mágica, teve gestão. Identificamos que esses hospitais, com seus equipamentos, depois das 18h, 19h, estavam sem uso. Oferecemos aos hospitais tabela SUS, não pagamos um centavo a mais do que a própria prefeitura já tinha em seu orçamento”, contou o prefeito.
Atualmente, os exames emergenciais são feitos dentro do prazo limite de 30 dias, e os demais, em 60 dias. Há cerca de 20 dias, a prefeitura também colocou em prática a mesma lógica para a realização de cirurgias. “Tenho 68 mil cirurgias pendentes, algumas há dois anos e meio. Já fizemos mais de 4 mil cirurgias em 19 dias nesse programa [Corujão das Cirurgias], ocupando espaço disponível nos centros cirúrgicos”, disse Doria.
Parcerias com o setor privado
As parcerias firmadas por João Doria com o setor privado também têm reforçado a área da saúde, com a doação de medicamentos e de carretas adaptadas para atendimentos, além da educação e da conservação urbana, sem a exigência de contrapartidas. “Muitos empresários em São Paulo, como certamente aqui no Rio e em outras partes do país, gostariam de fazer doações sem nenhum outro interesse, exceto o republicano, de uma visão comunitária, cidadã, solidária”, afirmou o tucano.
Em seis meses de gestão, a prefeitura já recebeu R$ 681 milhões em investimentos privados. Os recursos têm ajudado a contornar o déficit de R$ 7,5 bilhões deixado pela administração anterior, do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).
“É com isso que estamos conseguindo administrar a prefeitura porque recebemos R$ 7,5 bi de déficit. O Rio tem R$ 3 bi. Mas eu não vou ficar perdendo meu tempo falando mal do Fernando Haddad, da gestão anterior. O povo não quer saber disso”, apontou. “Temos que buscar soluções criativas para superar este ano e o ano que vem com um orçamento realista, sem superestimar receitas nem subestimar despesas”, avaliou o prefeito.
Desafios da gestão
Durante o evento, mediado pelos mediado pelos colunistas Merval Pereira e Ancelmo Gois, Doria explicou ainda que apenas três áreas da prefeitura foram preservadas dos cortes de gastos: saúde, educação e segurança pública. Diversas medidas para gerar economia aos cofres municipais foram empregadas, como a venda de automóveis da prefeitura, a devolução de carros alugados e redução nos valores dos contratos e no número de cargos comissionados.
Os próximos desafios da gestão tucana, de acordo com prefeito, são na área da educação, para zerar o déficit de vagas em creches e levar o mundo digital para dentro das escolas, e o cumprimento da promessa de campanha de acabar com a Cracolândia.
“Hoje já temos uma redução expressiva nessa área central da cidade. E temos o apoio da população, vamos continuar. Não é uma tarefa para ser vencida rapidamente. É longo, penoso, mas temos que perseverar”, justificou. “Não tenho medo de tentar. Não tenho medo de traficante, de PCC, de cara feia, nem dos ‘istas’: petistas, especialistas. Não fui eleito por eles, fui eleito pelo povo”, completou João Doria.
Leia AQUI reportagem do jornal O Globo.