Eletrolão: ex-dirigentes da Eletronuclear receberam propina em pacotes de R$ 30 mil, afirma delator
O executivo Fernando Carvalho, ligado à construtora Andrade Gutierrez, revelou, em delação premiada, que pagou pessoalmente propina a três ex-diretores da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. Segundo ele, o ex-diretor de Administração e Finanças Edno Negrini, o ex-diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente Persio Jordani e o ex-superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos Luiz Messias seriam beneficiários do esquema instalado na estatal. Os três estão presos preventivamente desde 6 de julho, data em que a Operação Pripyat foi deflagrada.
Como revela matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (19), o juiz responsável pelo caso, Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, destaca que os três ex-dirigentes teriam recebido a propina em pacotes de R$ 30 mil, segundo o relato de Carvalho.
“Fernando Carvalho disse que pagou pessoalmente a propina de Edno Negrini, Persio Jordani, Luiz Messias em pacotes de dinheiro com valor estimado em R$ 30 mil em aproximadamente cinco encontros com cada um, realizados no período de maio de 2010 a maio de 2011. Fernando Carvalho foi responsável pelos pagamentos em dinheiro após maio de 2011 até maio de 2013”, anotou o juiz.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o alto escalão da Eletronuclear recebeu R$ 26,4 milhões em propinas das obras da Usina de Angra 3. Ainda de acordo com os procuradores, o ex-presidente da estatal Othon Pinheiro e cinco ex-dirigentes que ocupavam cargos de importância na Eletronuclear teriam recebido dinheiro ilícito das obras da usina.
Para o MPF, Luiz Soares e Edno Negrini receberam até R$ 3,6 milhões pela participação no esquema. Luiz Messias, José Eduardo Costa Mattos e Persio Jordani levaram até R$ 2,4 milhões em propinas da Andrade Gutierrez.
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