Em 10 anos, Brasil perde mais de 23 mi leitos hospitalares
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, participa da inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, em Sobradinho II, no DF (Wilson Dias/Agência Brasil)O Brasil perdeu seis leitos hospitalares por dia nos últimos 10 anos. Estudo elaborado pela pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que são 23.088 vagas a menos. No Sistema Único de Saúde (SUS), foram fechadas 41.388 vagas, 12% do número apresentado em 2008. O levantamento mostra ainda que pediatria, psiquiatria e obstetrícia foram as especialidades mais atingidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (19).
No caso de vagas para atendimentos de crianças, a redução de leitos SUS no período entre 2008 e 2018 foi de 26%. Na obstetrícia, a redução na capacidade de atendimento hospitalar foi de 16,87%.
Na avaliação do médico e deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS), o descaso com a saúde pública e o baixo investimento na área por parte dos governantes levou ao grave cenário de queda dos leitos.
“São dados que chamam atenção. A perda significativa de leitos é reflexo das fracas políticas implementadas pelo Ministério da Saúde nos últimos anos. Isso fez com que houvesse essas perdas significativos de leitos, levando ao sucateamento da saúde no aspecto da assistência hospitalar”, afirmou.
Segundo o Ministério, a taxa ideal de leitos é entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes. O Norte apresenta os números mais distantes do recomendado, com 1,7. Em seguida, aparece o Nordeste e o Sudeste, com 2 leitos para a mesma proporção de pessoas. O Sul e o Centro-Oeste disponibilizam 2,4 e 2,3, respectivamente.
A média nacional é de 2,1 leitos por mil habitantes. O estudo destaca que, enquanto os leitos da rede pública têm apresentado redução, os da rede privada aumentaram em 18,3 mil unidades.
Mato Grosso do Sul
De acordo com o parlamentar, em Mato Grosso do Sul, a situação da saúde pública é inversa a do resto do país. Com a parceria firmada entre sua gestão na Câmara e o mandato do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o estado obteve um aumento de quase 700 novos leitos.
“Focamos principalmente em leitos de UTI, UTI neo natal e semi UTI. Temos a construção de três grandes hospitais e a entrega do Hospital do Trauma de Campo Grande, que demorou 21 anos para conclusão. Nós acrescentamos leitos aos já existentes para melhorar a saúde no estado”, disse.
O mapeamento da CNM compilou dados do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus), no portal do Ministério da Saúde.
Reportagem Clarissa Lemgruber
