Em 2015, Brasil teve mais de 58 mil mortes violentas: 9 a cada minuto

Imprensa - 28/10/2016

Jonas Oliveira / AENPrUma pessoa foi assassinada no Brasil a cada 9 minutos durante o ano de 2015. No total, 58.383 pessoas foram mortas, em uma média de 160 por dia, segundo o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Ainda de acordo com os dados inéditos, Sergipe é o estado com a maior taxa e o Rio Grande do Norte teve o aumento mais significativo, com índice 39% superior ao ano anterior.

De janeiro de 2011 a dezembro de 2015, mais de 278 mil pessoas foram mortas no país. Em comparação com o restante do mundo, o número representa uma quantidade maior do que o de mortos na guerra da Síria, em que constam 256 mortes no  mesmo período. Homicídios dolosos, latrocínios e mortes provocadas por intervenção são os que configuram as mortes violentas.

O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG) aponta que o problema da violência no Brasil é de responsabilidade também do governo federal. “O problema da segurança pública é nacional. E é óbvio que há uma responsabilidade direta de um modo geral, mas especialmente, do governo federal. Porque esse grande índice de assassinatos, de mortes e de violência, na sua grande maioria é associada ao tráfico de drogas – que é um crime federal.”

Apesar da grande quantidade, o número de 2015 sinalizou uma retração de 1,2% em relação a 2014. Já o índice de pessoas mortas por policiais aumentou 6,3%. Os estados do Nordeste seguem, majoritariamente, com as mais altas taxas de assassinatos do país. Os primeiros cinco colocados são Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará – da região Norte. O deputado Domingos Sávio ainda indica como essas regiões se tornaram mais suscetíveis à violência.

“Soma-se à violência a grande injustiça social da pobreza, as desigualdades sociais. Nós vemos com clareza, não só no Nordeste, mas também nas regiões de vilas e favelas, onde existem milhões de trabalhadores honestos, mas onde acaba sendo o espaço preferido da bandidagem porque ali eles estabelecem um espécie de governo paralelo. E, normalmente, as pessoas pobres desses lugares –  que são na sua maioria pessoas honestas – se tornam reféns dos bandidos e acaba que as vítimas no Brasil continuam sendo os mais pobres.”

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28/10/2016