Em 2015, mais de 8 milhões de brasileiros trabalharam em condições ruins

Mais de 8 milhões de brasileiros trabalham, no ano de 2015, em condições piores do que o prometido ao serem contratados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grau de satisfação dos empregados foi levantado pela primeira vez pelo órgão, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Aspecto das Relações de Trabalho e Sindicalização 2015. Entre os mais de 51 milhões de trabalhadores ocupados no setor privado, 16% declararam estar insatisfeitos ou pouco satisfeitos com a qualidade do trabalho em relação ao que foi prometido no ato da contratação. Os dados, colhidos durante a gestão de Dilma Rousseff, também mostram que mais de 26 milhões de brasileiros não recebem benefícios sociais complementares. Membro da comissão especial na Câmara que aprovou a proposta de modernização das leis trabalhistas, o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) lamenta o quadro de péssimas condições de trabalho verificado nos últimos anos, mas acredita que as mudanças na CLT propostas pelo partido podem criar um cenário mais otimista.
“A modernização trabalhista no Brasil é absolutamente fundamental. Beneficia o Brasil, os brasileiros, os desempregados e fortalece o crescimento da economia. E nós vamos ver isso porque com a aprovação dessas mudanças, dessas reformas, nós teremos certamente um ano que vem muito melhor do que esse, e um ano seguinte melhor ainda. É isso que nós queremos, que o Brasil volte a crescer e dar oportunidade para os brasileiros terem uma vida melhor”, declarou.
A pesquisa também mostra que quase 10 milhões de brasileiros empregados no setor privado e domésticos trabalham por meio de contratação indireta. Diante desse montante, Lippi ressalta a importância em garantir que esses trabalhadores tenham os mesmos direitos que aqueles empregados de forma direta, e salienta que a modernização da CLT prevê esses pontos.
“O que nós estamos dando é mais segurança para que as empresas possam contratar mais e para que esses profissionais que já trabalham nessas empresas possam ter os mesmos direitos que os outros. A terceirização não vai tirar direitos, ela vai garantir direitos, permitir que a economia cresça e a gente possa ter geração de mais empregos”, apontou.
Ainda de acordo com o IBGE, quase 16% dos trabalhadores no setor privado consideraram insatisfatórias as condições de salubridade e segurança em seu ambiente de trabalho. O acesso a auxílio-alimentação e oportunidade de capacitação profissional também deixou os trabalhadores descontentes em 2015; apenas 41% recebem o primeiro benefício, enquanto 19 milhões não têm como se capacitar.