Em cerimônia no Rio, Serra garante que Venezuela não assumirá comando do Mercosul
Além do Brasil, Paraguai e Argentina se posicionaram contra a decisão do país assumir o comando temporário do bloco
Brasília (DF) – Durante cerimônia no Rio de Janeiro neste domingo (14), o ministro das Relações Exteriores, José Serra, garantiu que a Venezuela não irá assumir a Presidência do Mercosul. O chanceler foi enfático ao reiterar mais uma vez que o governo brasileiro não permitirá que Caracas, que violou cláusulas democráticas, passe a presidir o bloco. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (15).
De acordo com a reportagem, quando questionado sobre como o Itamaraty iria reagir na próxima reunião do Mercosul diante da controvérsia sobre o papel da Venezuela, Serra foi incisivo: “A Venezuela – o presidente Nicolás Maduro – não vai presidir o Mercosul. Essa certeza todos podem ter”, disse.
O Mercosul está sem presidente desde o dia 1º de agosto, depois que o Uruguai deixou a Presidência rotativa do bloco. Paraguai, Brasil e Argentina se posicionaram contra a decisão do país assumir o comando temporário. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), concordou com o posicionamento do chanceler José Serra e afirmou que, com Maduro no governo, a Venezuela não possui condições de comandar o bloco.
“A decisão do ministro é absolutamente acertada, justa e meritosa. Não se pode ter no comando do Mercosul um governo cuja marca é o desrespeito aos valores democráticos e às relações de direitos humanos. Se no passado, no governo petista, havia tolerância, nesse não há”, afirmou o tucano.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Serra também comentou a proposta do governo brasileiro de rebaixar a Venezuela dentro do grupo pelo fato de Maduro não ter aderido a alguns dos tratados do bloco. “O Brasil já tem se posicionado sobre isso. A Venezuela não cumpriu os pré-requisitos para a integração. Ela se comprometeu a cumprir todos os tratados e acordos que eram vigentes até quatro anos atrás. A partir daí, segue a norma desses acordos e tratados que ela deixou muitos de lado”, explicou.
O governo venezuelano seria o próximo a assumir o posto, por seis meses, na sequência estabelecida, que é a ordem alfabética dos países. Caracas já esteve à frente do bloco de julho de 2013 a julho de 2014, mas agora o argumento do Brasil, do Paraguai e da Argentina é que o país não cumpriu todas as exigências para se tornar membro permanente do bloco até o prazo do último dia 12.
Clique aqui para ler a matéria na íntegra.