Em debate no Roda Viva, economista do PSDB explica como Geraldo irá zerar o déficit público

Na última segunda-feira (17), os economistas dos candidatos à Presidência da República defenderam as ideias dos presidenciáveis no programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura. Representante da área econômica do plano de governo de Geraldo Alckmin (PSDB), o economista e doutor pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), Pérsio Arida, explicou, entre outros assuntos, como a equipe econômica do tucano pretende zerar o déficit público no prazo de dois anos.
Durante a sabatina, Arida defendeu a importância de se olhar para a agenda econômica que será apresentada ao Congresso Nacional como um todo e realizar a articulação política para aprovar as reformas da Previdência e Tributária, colocadas como essenciais também por Alckmin, para melhorar a produtividade do setor. O economista frisou que será apresentada uma nova filosofia de atuação, acabando com os privilégios e as políticas econômicas intervencionistas adotadas pelos últimos governos.
Na abertura da sabatina, Pérsio criticou Paulo Guedes, responsável pelo programa de economia do candidato Jair Bolsonaro (PSL) e que não compareceu ao debate do Roda Viva e a nenhum outro realizado anteriormente. “Temos tido inúmeros debates e ele fugiu sistematicamente de todos. Isso é uma pena. Se ele estivesse aqui, seria um oportunidade de entender um programa que me parece ilusionista e inconsistente”, pontuou.
O economista do PSDB destrinchou também como o partido pretende lidar com os problemas emergenciais do Brasil caso chegue ao poder através da urnas nas eleições gerais de outubro. “Precisamos eleger um presidente que encare de frente os desafios e o de partida é a questão fiscal. A reforma do estado é um elemento fundamental do que precisa ser feito. É uma agenda vasta. Vamos sinalizar e mostrar com clareza qual é o rumo”, apontou.
Arida também chamou a atenção para a necessidade de uma mudança de filosofia na atuação do estado. “Ele tem que deixar de ser empresário para passar a cuidar do que de fato interessa: educação, saúde e segurança pública. Privatização é um elemento chave do nosso programa”, ressaltou o economista, alertando que o Brasil está ficando para trás em relação a outras economias do mundo.
Persio falou ainda no planejamento de aumentar as importações e exportações do país em 50% nos próximos quatro anos. “É uma meta ambiciosa, mas é uma abertura rápida da economia brasileira”, relatou.
Déficit público zerado em dois anos
O programa desenhado pela equipe econômica tucana tem como meta principal zerar o déficit público em um período de dois anos. O planejamento visa ainda gerar superávit de 2,5% do PIB do país no quarto ano de gestão de Geraldo. “Privatização é um elemento chave no nosso programa. O Estado tem que deixar de ser empresário e cuidar do que de fato interessa”, defendeu.
Questionado pelo professor Ricardo Carneiro, representante do PT na sabatina, sobre a viabilidade da proposta e a possibilidade da meta provocar mais estagnação na economia brasileira, Pérsio ressaltou que, apresentando um plano crível de ajuste, os resultados irão se manifestar antes mesmo da obtenção dos resultados concretos, gerando um aumento de investimento no país.
“O investimento privado é o motor do desenvolvimento e depende de confiança no estado das finanças públicas. Quando se ajusta isso, terá um aumento de investimento. A realidade brasileira é oposta. O ajuste das finanças públicas incentivará o crescimento econômico. Hoje tem uma incerteza muito grande. Quando sinalizar que temos um plano de confiabilidade, as expectativas se revertem rapidamente e teremos um crescimento elevado”, explicou.
Reportagem Danilo Queiroz