Em sabatina, Alckmin diz que Governo Federal deve agir para solucionar crise imigratória em Roraima
Em entrevista à GloboNews na noite de quarta -feira (29), o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, foi questionado por jornalistas sobre a crise migratória de venezuelanos na fronteira com o Brasil. O tucano lembrou que a Venezuela é um país rico em recursos naturais, como o petróleo, e lamentou a situação causada pela má-administração do atual governo. “Precisamos fazer com que a Venezuela saia da crise o mais rápido possível e acolher seus cidadãos”, alertou.
Alckmin lembrou ainda a importância de manter a cultura de ajuda humanitária cultivada pelo Brasil, mas ressaltou a inviabilidade de manter todos os imigrantes em apenas um estado. Para o ex-governador de São Paulo, é atribuição do Presidente da República liderar os trabalhos para contornar a crise. “Roraima é um estado pequeno e com dificuldades. O Governo Federal precisa encaminhar essas famílias e apoiar o governo local”, apontou.
O candidato observou também a necessidade de os demais estados brasileiros se disponibilizarem para receber os venezuelanos que entram diariamente pela fronteira em Roraima, mais especificamente na cidade de Pacaraima. “Precisamos ver quantos cada um pode receber. Em São Paulo, temos vários centros de acolhimento. Temos que acolher as pessoas nesse momento”, afirmou.
O presidente nacional do PSDB aproveitou para reforçar a importância da criação da Guarda Nacional, medida contida em seu Plano de Governo. Alckmin detalhou que o projeto contribuirá de forma estratégica na resolução da crise migratória enfrentada por Roraima e criticou o atual modelo. “A Guarda Nacional hoje é a Força Nacional, que pega o policial militar de um estado e empresta para o outro. Está vestindo um santo desvestindo o outro e o policial vai para um estado desconhecido por ele”.
Venezuela solicitou proteção aos seus cidadãos após ataques
No último dia 19, a cidade de Pacaraima, fronteira entre Brasil e Venezuela, protagonizou cenas de violência entre brasileiros e venezuelanos, quando moradores da cidade fronteiriça atacaram os dois principais acampamentos de imigrantes do país vizinho. Os roraimenses teriam cometido os atos depois de um comerciante local ter sido supostamente assaltado e espancado por imigrantes. Após a retaliação, cerca de 1,2 mil venezuelanos deixaram o país, segundo o Exército.
Após os incidentes, o governo da Venezuela solicitou ao Brasil proteção aos seus cidadãos. A chancelaria do país vizinho enviou uma nota oficial ao Ministério de Relações Exteriores do Brasil (MRE) demonstrando “preocupação com os ataques a imigrantes venezuelanos, assim como os desalojamentos em massa” e solicitou “garantias correspondentes aos nacionais do país e medidas de resguardo e segurança dos imigrantes e seus familiares”.
Reportagem Danilo Queiroz
