Empréstimos consignados crescem 20% no último ano com crise econômica
“É assim que a inadimplência acaba se tornando mais ampla”, afirma o deputado Silvio Torres
Mesmo sob efeito da forte crise econômica herdada nos últimos dois anos, os brasileiros não têm deixado de recorrer a empréstimos para pagar as contas. De acordo com o site da revista Veja, os contratos de empréstimos consignados – aqueles descontados diretamente da folha de pagamento ou de benefício previdenciário do contratante – cresceram 20% no último ano. Desse valor, 40% são do estado de São Paulo. Com uma taxa de juros a 3%, essas operações têm sido a principal saída financeira especialmente para servidores públicos e aposentados.
O deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP) observa que a alternativa é perigosa diante de um alto nível de inadimplência observado entre a população.
“São cobertos pelos salários, são consignados e descontados integralmente e compulsoriamente. Isso faz com que as pessoas que recorrem a esses empréstimos – se a renda cai – deixem de pagar outros compromissos. É aí que a inadimplência acaba se tornando mais ampla.”
Sílvio Torres também ressalta que a conjuntura econômica – marcada pelo desemprego, alta inflação e baixo crescimento – é o fator primordial que leva as famílias a recorrerem aos bancos.
“O Brasil ainda vai passar por um período difícil por conta dos erros cometidos, da irresponsabilidade fiscal, de todos os erros cometidos pelos governos anteriores. Mas, por outro lado, estamos tentando passar essa fase e reverter o clima que é criado pelos números do mercado, da recessão, inadimplência, do desemprego.”
Com a crise do Rio de Janeiro, os servidores estaduais têm sofrido com as dívidas de consignados. No estado, a lista de débitos entre os funcionários aumentou após o governo decretar estado de calamidade financeira. Segundo o jornal O Globo, os sindicatos de funcionários públicos têm sido frequentemente procurados por associados com dificuldades para negociar o dinheiro tomado emprestado.