Enquete aponta volta da confiança dos empresários na recuperação da economia
A saída definitiva da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República repercute no otimismo dos empresários em relação à retomada do crescimento da economia brasileira. Uma enquete realizada com 199 participantes da cerimônia de premiação do anuário “Valor 1000” – realizada na segunda-feira (12), em São Paulo – aponta que eles estão confiantes na recuperação da economia no curto prazo. Prova disso é que 91% dos entrevistados afirmaram que não pretendem demitir neste ano e nem no próximo (61% devem manter o nível de emprego e 30%, contratar). Além disso, 65% esperam que o faturamento de suas empresas em 2017 seja maior do que neste ano, com 28% de expectativa de estabilidade e apenas 7% de queda.
Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), a política econômica do governo Dilma era errática, sem nenhuma consistência e objetivos definidos. “Ao longo dos últimos 5 anos, ela mudou várias vezes a condução da política. No excesso de intervenção estatal, a presidente trabalhou o tempo todo contra a estabilidade econômica, previsibilidade e possibilidade que houvesse planejamento, o que resultou na recessão dramática sem parâmetro na história recente da República. A saída da presidente Dilma é como se fosse um ar fresco, porque os agentes econômicos se movem por expectativa”, criticou o parlamentar.
Segundo o tucano, o governo do presidente Michel Temer precisa agora fazer o seu dever de casa para manter em alta essa expectativa positiva. “É o que permite, por exemplo, que projetos de investimentos saiam da gaveta. O governo federal precisa aprovar a PEC dos gastos públicos, enviar a reforma da previdência, a modernização da legislação trabalhista que tem mais de 70 anos. É um conjunto de medidas e ações absolutamente necessárias para a melhoria da economia e estabilidade política para que o país volte a crescer, gerando emprego e renda”, disse o tucano, ressaltando ainda a importância de ser aprovada a reforma política.
De acordo com matéria do jornal Valor Econômico desta quinta-feira (15), a enquete também mostrou a grande preocupação com o controle dos gastos públicos e reformas estruturantes. Questionados sobre qual deveria ser a principal preocupação do governo do presidente Michel Temer, 47% dos empresários afirmaram ser a aprovação do teto aos gastos públicos no Congresso Nacional. Em seguida, foram apontadas as reformas da previdência (22%) e trabalhista (10%). A redução das taxas de juro também foi destacada por 13% dos consultados.
“A bola hoje está com o governo Temer e é importante que ele saiba jogar de maneira apropriada. O nosso presidente [nacional do PSDB] Aécio Neves tem dito que o nosso compromisso é com a agenda positiva, de modernização, de mudanças estruturais, de moralidade pública e gestão eficiente para o país”, completou Marinho.
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