Entre o discurso e a prática

Leia nota oficial divulgada pelo PPS-SP sobre o tumulto causado por cabos eleitorais petistas na campanha de Serra:

Notícias - 29/07/2004

Quando o PPS decidiu apoiar a candidatura de José Serra, manifestei minha concordância e busquei cumprir o meu papel de dirigente, para que o PPS pudesse participar de forma ativa desta coligação, convicto de que era o mais adequado para a cidade de São Paulo, o melhor para enfrentar os problemas dessa nossa grande metrópole.

Porém, a medida em que a campanha vai se desenvolvendo, aquilo que era uma convicção se transformou em uma certeza absoluta, porque além de ver a campanha de José Serra apresentar-se de forma propositiva e de idéias. E, ao vermos o candidato, como o realmente mais preparado para dirigir São Paulo, no dia a dia, na busca do voto, passamos a conviver a outra face o outro lado. Sim devo chamá-los neste instante de outro lado, o lado dos que estão juntos em torno da candidatura de Marta Suplicy.

Pelos seus métodos e pela truculência, a campanha da atual prefeita tem demonstrado o apego ao poder a qualquer custo, sem medir conseqüências para a sua ação política. Uma campanha ostensiva, com gastos milionários, que não traz à tona a mínima lembrança do PT ideológico, do PT combativo, ou do PT da militância. O PT da via democrática.

O que se nota é uma campanha absolutamente profissionalizada, no mau sentido da palavra, suntuosa na sua forma e perdulária nos seus gastos. Como se não bastasse isso, e não se credite esse comportamento a alguns desavisados, contratados sem saber bem o que fazem, mas àqueles que os dirigem; testemunhei hoje, o triste episódio dessa truculência, desta postura que parece reavivar, infelizmente, as teses do partido único e do totalitarismo.

Ostensivamente, cercaram o candidato José Serra, tentaram de todas as formas inibir uma caminhada de que participávamos de uma forma absolutamente pacífica, como todas as que temos feito cotidianamente pela cidade. Não bastasse uma barreira física que foi feita, continuaram a nos agredir com palavras de baixo calão, absolutamente provocativas, típicas dos que se autodenominam donos absolutos da verdade, de quem acredita que o poder deve ser mantido a qualquer custo, próprio de quem crê que o poder deva ser um instrumento para amordaçar, moldar e ameaçar a sociedade.

A história registra, tristemente, descaminhos em que propostas populares descambaram para as atitudes nazi-fascistas a pretexto do “interesse do povo”.

Porém, essa truculência, tenho certeza, não durará, afinal de contas a cidade de São Paulo tem uma história democrática. O paulistano sente que para cada uma das milhares de peruas, para cada um dos milhares de cabos eleitorais contratados, para as camisetas confeccionadas em larga escala e distribuídas aleatoriamente, certamente tornarão mais claro qual é o verdadeiro embate que acontecerá nas eleições deste ano.

O embate se dá entre aqueles que acreditam na pluralidade ideológica, na via democrática, no livre embate de idéias, na diversidade de crenças e aqueles que escolheram o caminho da truculência, da arrogância e do autoritarismo.

São Paulo repudia cenas de pugilato. O PPS ao longo de seus 82 anos de história, na resistência e na luta democrática, não se curvou e nem se curvará e nem se intimidou e nem se intimidará.

As urnas o dirão.

CARLOS EDUARDO FERNANDES

Presidente

X
29/07/2004