Escravidão e o racismo que persiste no país; ouça o podcast Brasil no Centro

Notícias - 20/11/2019

20 de novembro, Dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, mas, mais que isso, nos traz um alerta que não pode ser esquecido: 131 anos após a Abolição, o país não conseguiu dar uma resposta ao legado da escravidão. No Brasil, o racismo é estrutural. Negros são as maiores vítimas da violência, não conseguem alcançar postos mais altos de trabalho e estão na faixa da população com piores condições de vida.

O racismo está nos níveis de escolaridade. 44,2% dos jovens negros que têm entre 19 e 24 anos não concluem o ensino médio. Entre as negras, essa proporção é de 33,3% Nessa mesma faixa etária, apenas 20,5% das negras e 15,2% dos negros frequentam a universidade. Um dado positivo: em função das políticas de cotas, eles agora são a maioria nas universidades públicas brasileiras.

Um trabalhador negro recebe, em média, 50% menos que um branco na mesma função e com a mesma formação técnica. Dos 12 milhões de brasileiros desempregados, 13% se declararam negros e 51,7%, pardos.

As disparidades raciais também se refletem na política. Apesar de os negros representarem 55,8% da população brasileira, eles são apenas 24,4% dos deputados federais e 28,9% dos deputados estaduais eleitos em 2018. Entre os 81 senadores, 4 se declaram negros.

Negros estão nos piores endereços: 44,5% da população negra vivem em domicílios sem ao menos um serviço de saneamento – coleta de esgoto e de lixo e fornecimento de água. Eles são 17% da população mais rica e ¾ dos brasileiros mais pobres.

Outra face do racismo é o fato de a taxa de homicídios de negros no Brasil ser duas vezes e meia superior à de não-negros. Em 2017, essa relação ficou em 43,1 assassinados para cada 100 mil negros contra 16 não-negros, segundo o Atlas da Violência produzido pelo Ipea.

PSDB e combate ao racismo
As políticas públicas de combate ao racismo e promoção da igualdade tiveram início no governo Fernando Henrique Cardoso, ainda em 1995, com a criação de um grupo interministerial para a elaboração de políticas de valorização da população negra. Elas eram transversais, ou seja, estavam presentes em todas as áreas do governo.

FHC também lançou o Programa Nacional de Direitos Humanos, defendendo um novo contrato social em que o Brasil, reconhecendo o racismo estrutural, pudesse combatê-lo com mais efetividade.

Na esfera partidária, o Tucanafro – Secretariado Nacional da Militância Negra do PSDB – é o responsável pela promoção de planos, projetos e programas de combate ao racismo, com o objetivo de melhorar as condições políticas, econômicas e sociais dos negros no Brasil.

Nesta edição do Brasil no Centro, visitamos a história brasileira para descobrir algumas das razões pelas quais o país ainda tem dados tão ruins em relação à população negra.
Confira!

(Foto: Pnud)

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20/11/2019