Estudo comprova que terceirização não precariza mercado de trabalho

Brasília (DF) – Dois meses após as mudanças na legislação trabalhista serem sancionadas pelo governo federal, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) apontou que a terceirização não implica na precarização do mercado de trabalho, como sustentam as centrais sindicais. Realizado por diversos economistas, o estudo “Diferencial de salários da mão de obra terceirizada no Brasil” comprovou que o trabalhador que passou para uma empresa terceirizada teve uma perda salarial média de apenas 2,3%, jogando por terra os argumentos de sindicalistas de que a terceirização reduz os salários em 25%.
Para compor a pesquisa, foram utilizados dados de cerca de 13 milhões de trabalhadores que estão na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, entre 2007 e 2014. Os economistas analisaram os movimentos de pessoas que saíram do contrato direto para assumir função semelhante em uma prestadora de serviços. As informações são do jornal Folha de S. Paulo deste domingo (3).
Segundo a reportagem, o objetivo do estudo é mostrar que há um discurso alarmista sobre a terceirização que não condiz com a verdade. O PSDB relatou o projeto de modernização trabalhista tanto na Câmara quanto no Senado, antes da sua sanção pelo governo federal. Para o economista e deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO), o estudo comprova que as novas leis trabalhistas vieram para flexibilizar as relações de trabalho, sem tirar nenhum direito do cidadão.
“Os direitos constitucionais do trabalhador continuam lá, sem nenhuma mudança. Alguns setores não tinham como regularizar a carteira de trabalho e não tinham nenhuma relação contratual. A partir de agora, isso vai melhorar. O que a gente precisa é diminuir o custo para o empregador de uma forma mais ampla e criar condições de ter mais pessoas trabalhando dentro da organização. Estamos criando uma nova relação de trabalho no Brasil”, explicou.
Segundo o tucano, o discurso das centrais sindicais, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), tem o único objetivo de alarmar a população com fatos que não condizem com a verdade, como comprova o estudo.
“Essa conversa de que a terceirização reduz salário é falsa. Houve inclusive um pequeno aumento na quantidade de empregos em função da modernização trabalhista, que dá segurança a pessoas que estavam à margem de qualquer relação trabalhista. Isso é um paradigma que está sendo mudado. As centrais sindicais ainda querem viver em cima do paradigma antigo, com recursos do imposto sindical. É discurso do PT e dos partidos de esquerda, que não encontram ressonância naqueles que produzem, que trabalham, geram empregos e fazem o Brasil crescer”, criticou.
De forma a chegar a um resultado mais preciso, o estudo levantou dados dos empregados em seis ocupações tipicamente terceirizáveis: manutenção de equipamentos, vigilância, tecnologia da informação, limpeza, pesquisa e desenvolvimento e telemarketing. Depois, identificou quais eram contratados por firmas dessas seis áreas e quais eram registrados em empresas de outros segmentos.
A análise também controlou o efeito de características como idade, sexo, experiência e formação. No total, estudaram-se 13.375.996 trabalhadores e observaram-se 422.483 mudanças de terceirizado a direto e 397.008 na direção contrária.
Na avaliação de Vecci, a tendência é que, com o passar do tempo, cada vez mais esses discursos alarmistas se mostrem não condizentes com a realidade e fiquem para trás.
“O PT quebrou a grande maioria das empresas que tinham o sistema antigo, levando o país a esse patamar de 14 milhões de desempregados. Nós precisamos fazer o Brasil crescer. Ninguém deseja que as empresas possam crescer a custo do sacrifício do trabalhador. O bom jogo do “ganha-ganha” é quando o empresário e o trabalhador ganham”, destacou.
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