Ex-ministro de Lula e Dilma, Palocci é condenado a 12 anos de prisão
Brasília (DF) – Ex-ministro da Fazenda durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e da Casa Civil na gestão da ex-presidente cassada Dilma Rousseff, o petista Antônio Palocci foi condenado, nesta segunda-feira (26), a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão pelo juiz federal Sergio Moro, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Preso desde 2016, Palocci foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por participação em um esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht e contratos com a Petrobras.
As informações são de reportagem do portal UOL Notícias. O esquema teria servido para fraudar as eleições municipais de 2008 e o pleito presidencial de 2010, que elegeu Dilma Rousseff. Também teriam sido fraudadas as eleições de 2008 em El Salvador, e de 2011 no Peru. De acordo com a sentença de Moro, Palocci ainda deverá pagar R$ 1,02 milhão em multas, terá suas contas e de sua empresa confiscadas, e não poderá exercer cargos públicos por 24 anos.
No mesmo processo, além de Palocci também foram condenados o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht; o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura; e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Por terem fechado acordos de delação premiada, todos os réus da ação, exceto Vaccari e Palocci, terão suas penas substituídas pelos termos previstos nos acordos. Já os dois petistas deverão cumprir as penas determinadas por Moro.
A expectativa agora é que a próxima sentença do juiz Sergio Moro seja a do ex-presidente Lula, no processo em que o petista é réu pelo recebimento de propina e vantagens indevidas da OAS, na forma do apartamento tríplex no Guarujá (SP).
“Um dos cérebros da rapinagem petista, o ex-ministro Antônio Palocci pega 12 anos de prisão. E o chefe da quadrilha?”, questionou o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), em sua página oficial no Facebook.
A sentença de Lula, no entanto, não deve demorar, já que as alegações finais de sua defesa foram entregues na última semana. De acordo com levantamento feito pelo jornal O Globo, o juiz Sergio Moro se notabilizou pela rapidez nos julgamentos: em 19 das 30 ações com sentença na Operação Lava Jato, Moro demorou menos de 30 dias para condenar ou absolver os envolvidos.
Estratégias similares
Vale destacar que no decorrer da ação, tanto as defesas de Antonio Palocci quanto a do ex-presidente Lula recorreram à mesma estratégia: a tentativa de prolongar o processo e colocar em suspeição as atuações dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato e do juiz Sergio Moro.
“Qualquer político, em especial do PT, que já tem uma vasta lista de desserviços, de corrupção, que se virar contra os juízes, contra os procuradores, está na contramão da história”, rebateu na época o deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO). “Cada um tem o direito de se defender com seus advogados, cada um tem as condições de apresentar suas teses, mas não cabe, a meu ver, nem ao PT, nem a qualquer outro partido, qualquer caminho que vá afrontar o que eles [investigadores] estão desenvolvendo”, completou o parlamentar.
Leia AQUI a reportagem do UOL Notícias.
