Faltam alimentos na Venezuela

Notícias - 26/05/2017

A crise política e econômica levou o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reduziu drasticamente a importação de alimentos. Em tempos de supermercados vazios e fome crescente, os agricultores estão produzindo cada vez menos, deixando a escassez ainda mais grave. A Venezuela depende da importação de certos alimentos, como o trigo, que não pode ser cultivado em larga escala no clima tropical do país.

As zonas rurais em torno de Caracas fornecem tudo o que um agricultor precisa: terra fértil, água, sol e gasolina a US$ 0,01 por litro, a mais barata do mundo. Mas as famílias rurais parecem tão magras quanto os venezuelanos que vivem nas cidades e esperam nas filas de pão ou reviram o lixo buscando comida.

A organização católica Caritas revelou que 11,4% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição moderada ou grave e 48% estão “sob risco” de passar fome. Nas últimas semanas, os manifestantes marcham nas ruas e gritam “Estamos morrendo de fome” e a tropa de choque da polícia os ataca com canhões de água e gás lacrimogêneo.

Em recente pesquisa feita pelas melhores universidades do país com 6.500 famílias venezuelanas, 75% dos adultos disseram que perderam peso em 2016 – 8,5 quilos, em média. Esse emagrecimento coletivo é ironicamente chamado de “Dieta Maduro”, um nível de fome quase inédito fora de zonas de guerra ou de áreas devastadas por furacões, secas e pragas.

A Venezuela depende da importação de certos alimentos, como o trigo, que não pode ser cultivado em larga escala no clima tropical do país. Quando os preços do petróleo estavam altos, não havia muito problema. Mas agora a variedade venezuelana do petróleo vale apenas US$ 40 por barril, e a produção petrolífera atingiu seu ponto mais baixo em 23 anos, em parte porque as refinarias e os gasodutos estão quebrando e porque falta investimento em infraestrutura.

O governo não publica dados agrícolas há anos. Mas Machado, especialista no setor, disse que a média das importações anuais de alimentos ficou em cerca de US$ 75 por pessoa até 2004 e subiu muito depois que Hugo Chávez acelerou a nacionalização das terras, chegando a tomar mais de 4 milhões de hectares. O governo também expropriou fábricas, e a produção de alimentos despencou.

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26/05/2017