“Faltam políticas públicas que ajudem na autonomia e na independência do sexo feminino”, diz presidente do PSDB-Mulher

Notícias - 24/02/2017

Em meio às comemorações dos 85 anos da conquista do voto feminino, a batalha contra a desigualdade de gêneros e outros preconceitos contra as mulheres ainda continua. Apesar delas já terem alcançando lugares de destaque no mercado de trabalho e na sociedade, exemplos de preconceito e discriminação ainda são recorrentes no cotidiano das mulheres brasileiras.

A presidente do PSDB Mulher, Solange Jurema (PSDB-AL), atribuiu o fato de mulheres qualificadas perderem boas oportunidades de emprego por falta de uma conscientização social e ausência de políticas públicas que ajudem na autonomia e na independência do sexo feminino.

“As questões envolvendo as mulheres ainda não são a grande prioridade nacional. A questão educacional, das creches e das escolas em tempo integral, por exemplo. Para ir trabalhar é preciso deixar os filhos com alguém. Essa dependência limita as mulheres para que elas possam trabalhar e contribuir para o desenvolvimento econômico do Brasil”, disse.

A tucana lembrou que a luta feminina é antiga e teve início pleiteando igualdade de direitos. “As mulheres conquistaram vários espaços importantes em todas as áreas. Nós conquistamos vários direitos e conseguimos fazer com que a Constituição nos garantisse eles, mas ainda temos muito o que conquistar no cotidiano das mulheres’, afirmou.

Mulheres na política

Solange Jurema destacou que a representatividade política da mulher ainda é muito fraca e que para melhorar esta realidade é necessário investir em cotas para as mulheres em casas legislativas e nos partidos políticos.

“Eu sou a favor de cota porque os países que conseguiram avançar mais nas questões femininas tiveram um momento em que adotaram cotas, sim. Os países que têm uma paridade maior entre homens e mulheres reservaram este espaço para as mulheres que têm esta desvantagem cultural de séculos”, explicou.

A tucana ainda afirmou que, se as mulheres votassem mais em mulheres, o sexo feminino seria melhor representado.

“Mulher vota em mulher quando ela percebe que aquela candidata a representa. Para mim, os homens têm muito mais oportunidades de divulgar seu trabalho. As mulheres ainda estão em poucos cargos em que elas podem mostrar o seu potencial produtivo. Nosso espaço ainda é muito pequeno dentro dos partidos e na mídia”, lamentou.

A presidente do PSDB-Mulher completou dizendo que é preciso uma mobilização muito maior da que existe hoje para que o sexo feminino finalmente consiga a igualdade tão desejada. “Nós temos que nos abrir para novas ideias e sugestões e juntar as forças para conseguir mudar esta realidade obscura de preconceito e segregação de gênero”, concluiu.

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24/02/2017