Fim do analfabetismo digital é meta
FHC diz que o próximo desafio do Brasil é reduzir a ¢¢brecha digital¢¢ que separa os brasileiros que sabem usar o computador daqueles que ainda não tiveram a oportunidade de aprender
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, em Brasília, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, que o próximo desafio do País será reduzir a “brecha digital“ que “separa aqueles que sabem e os que não sabem lidar com o computador“.
Segundo ele, um dos caminhos para resolver esse problema é vencer a divisão entre os que têm acesso aos livros e os que não têm e entre “os que fazem e os que não fazem da leitura uma prática habitual“.
O presidente fez esses comentários ao elogiar a campanha Literatura em Minha Casa, do Ministério da Educação, que distribuirá cerca de 70 milhões de obras literárias e infanto-juvenis para todos os alunos de 4ª e 5ª séries do ensino fundamental de 139.119 escolas públicas de todo o País.
“O século XXI é o século do conhecimento e da informação“, afirmou. “Quem teve a oportunidade de estudar, como eu, sabe que a rotina da leitura é mais do que uma fonte de aprendizado“, disse o presidente.
A campanha levará autores clássicos da literatura universal, como Victor Hugo e Mark Twain e brasileiros Carlos Drummond de Andrade, Ruth Rocha e Cecília Meireles. “Ao dar esse importante passo de levar não só o livro escolar à criança, mas também o romance, o livro de contos, a poesia, o livro que desenvolve a imaginação e a cultura, o Brasil realiza um avanço maior do que inaugurar um milhão de estradas ou um milhão de pontes“, afirmou Fernando Henrique. “Leitores são pontes, estradas, caminhos largos para o futuro“, ressaltou.
“A leitura faz diferença e isso é mais do que comprovado e, hoje, mais ainda, quando sabemos que as novas tecnologias impõem desafios crescentes para as sociedades“, disse o presidente. Lembrando que o País está “muito perto de erradicar o analfabetismo“, o presidente ressaltou que a brecha digital pode “trazer novos obstáculos ao nosso crescimento“. A leitura, disse, vai gerar “profissionais e trabalhadores que vão fazer um País melhor para todos“.
O custo total dos livros foi de R$ 55 milhões. A diferença em relação a outros programas de incentivo à leitura é que, agora, os livros são dados aos alunos, que os levam para casa. Por isso, o presidente lembrou a responsabilidade de professores e diretores de escolas para “distribuir os livros e garantir que eles cheguem aos alunos“.