Funcionários da Eletronuclear recebiam propina em pacotes de dinheiro em frente a shopping center, diz MPF

Imprensa - 29/07/2016

Agentes chegam ˆ sede da PF com material apreendido e pessoas detidas na Opera‹o Monte CarloBrasília (DF) – O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro apresentou denúncia anteontem, à Vara Federal Criminal do Rio, em que informa que dois ex-diretores e dois ex-superintendentes da Eletronuclear recebiam propina, em dinheiro vivo, entregue em cafeterias, dentro de carros e até mesmo na rua, em frente a um shopping center de Botafogo. Os pacotes continham entre R$ 30 mil e R$ 50 mil. As informações são de reportagem desta sexta-feira (29) do jornal O Globo.

De acordo com a publicação, a denúncia foi baseada em depoimentos de delação premiada e na adesão à acordos de leniência de ex-dirigentes e funcionários da construtora Andrade Gutierrez. Três executivos da empreiteira, Fernando Carvalho, Lauro Tiradentes e Gustavo Botelho, confirmaram ter entregue pessoalmente a propina a ex-funcionários da Eletronuclear.

Na Operação Pripyat foram presos o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Silva, e membros do alto escalão da empresa, acusados de receber propina da Andrade Gutierrez no âmbito das obras da usina nuclear de Angra 3. Outras 15 pessoas foram denunciadas por corrupção passiva e organização criminosa, entre elas os ex-diretores da Eletronuclear Luiz Soares, Edno Negrini e Pérsio Jordani, os ex-superintendentes Luiz Messias e José Eduardo Costa Mattos, e ex-executivos da Andrade Gutierrez e da Engevix.

Enquanto as propinas de Negrini, Jordani, Messias e Costa Mattos eram entregues pessoalmente, em dinheiro vivo, o ex-diretor Luiz Soares recebia os valores por meio das empresas Flexsystem Engenharia e Flexsystem Sistema. A quebra do sigilo bancário das empresas revelou que, entre 2008 e 2015, foram feitos saques de altas quantias, que chegava a R$ 140 mil.

Luiz Soares e Luiz Messias também mostraram movimentação financeira incompatível com a renda. Messias, por exemplo, declarou rendimentos totais de R$ 1,3 milhão em 2015, mas seus créditos em conta somaram R$ 4,5 milhões.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Globo.

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29/07/2016