Fundos de pensão temem ações de credores na Justiça por dívidas da Sete Brasil

Imprensa - 16/08/2016

plataforma_1 (1)Brasília (DF) – Os acionistas de fundos de pensão de estatais (como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil) sócias da Sete Brasil têm mais uma razão para se preocupar: correm o risco de serem contaminados pela dívida da empresa, que apresentou um plano de recuperação judicial na última sexta-feira (12). Isso porque existe a possibilidade de que os credores da companhia recorram à Justiça para receberem dos acionistas dos fundos as suas dívidas, em caso de fracasso do plano de recuperação.

As informações são de reportagens desta terça-feira (16) dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. Somente o Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, investiu R$ 1,7 bilhão na Sete Brasil, e tem participação de 17,65% na companhia, que intermedeia a construção de sondas do pré-sal para a Petrobras. O Petros, fundo dos empregados da Petrobras, e o Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, também são cotistas da empresa.

Para conseguir se recuperar, a Sete Brasil precisa assinar um contrato de aluguel das sondas com a Petrobras e garantir entre US$ 3,8 bilhões e US$ 5 bilhões para concluir as obras das embarcações. A chance de atrair investidores, no entanto, é pequena. De acordo com o plano de recuperação da empresa, a Sete tem dívidas de R$ 19,3 bilhões, além de um débito de R$ 5,7 bilhões com os estaleiros contratados para construir as sondas.

Os investimentos na Sete Brasil, especialmente por conta das suspeitas de corrupção, vêm sendo questionados pelos participantes dos fundos de pensão. Tanto que existe uma proposta para reduzir os limites de investimento aos chamados projetos estruturados, que será encaminhada ao governo federal.

Paralelamente, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que altera as leis de governança dos fundos de pensão. Aprovado no Senado há cerca de quatro meses, a proposta, relatada pelo deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) deverá ser votada na Câmara após as eleições.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Leia AQUI a reportagem do jornal O Globo.

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16/08/2016