Gastos do governo federal são predatórios
Deterioração das contas públicas será herança maldita, diz Hauly
Deterioração das contas públicas será herança maldita, diz Hauly
Brasília (27) – O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PR) classificou como predatório o recorde de baixa nas contas fiscais do Brasil. O superávit primário – diferença entre receita e despesa, sem contar pagamento de juros da dívida – de julho foi de R$ 2,45 bilhões, o pior resultado da série do Banco Central, iniciada em dezembro de 2001.
O desempenho foi influenciado pelo menor esforço do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central), que economizou apenas R$ 613 milhões.
Com o resultado, julho foi o segundo mês seguido de saldos com recorde de baixa. No acumulado em 12 meses, o superávit primário correspondeu a 2,03% do Produto Interno Bruno (PIB), sendo que a meta fixada para o ano é de 3,3%.
Para Hauly, a deterioração das contas públicas é um reflexo do elevado crescimento das despesas. “O governo federal gasta muito e de forma predatória, sem controle. As contas públicas serão uma herança maldita a ser deixada por esse presidente. Nunca antes na história do País, um presidente foi tão arrogante a ponto de colocar em risco as contas públicas.”
O resultado das contas até julho levou o governo a reduzir a meta de superávit primário do governo central até agosto em R$ 10 bilhões, para R$ 30 bilhões. A meta do ano, contudo, foi mantida em 75,8 bilhões de reais.
Economista, Hauly avalia que a consequência é a alta na taxa básica de juros, atualmente em 10,75% – considerada umas das maiores do mundo. “Como não controla os excessivos gastos com a máquina pública, o governo transfere a conta para o contribuinte, aumentando absurdamente os juros”, lamenta.
De acordo com o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), a combinação juros altos e gastos excessivos impede investimentos em áreas como saúde, segurança e infraestrutura. “Com o controle dos juros, o gasto do governo federal cairia, sobrando recursos para outras ações e investimentos”, afirma. A receita, porém, requer um esforço. “É preciso ter consciência e controlar a própria gastança, não dá para controlar juros e gastos sem esforço.”