Pimentel ataca Justiça, MP e imprensa durante entrega da Medalha Santos Dumont
Acuado diante das diversas denúncias de corrupção que pesam contra ele e vários de seus auxiliares, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), resolveu partir para o ataque, ao invés de se defender com a apresentação de provas de sua alegada inocência. Se é que tais provas existem.
Em mais uma demonstração de desespero, na última terça-feira (8), durante a entrega da Medalha Santos Dumont, na Fazenda Cabangu, em Santos Dumont (MG), o governador petista fez um duro pronunciamento, com ataques generalizados à Justiça, ao Ministério Público e a à Imprensa.
“No Estado Democrático de Direito, ninguém pode estar acima da lei. Não estão acima dela os políticos, nem os militares, mas tampouco estão os juízes e os promotores. (…) Na democracia não pode e nem deve haver espaço para messianismos, para o surgimento de super-heróis, de justiceiros travestidos de magistrados”, afirmou Pimentel em seu discurso, seguindo a mesma linha de outros petistas que, nos últimos tempos, têm desferido ataques aos procuradores e juízes que têm tomado decisões desfavoráveis a eles nos âmbitos das operações Lava Jato e Acrônimo.
Em outro trecho do discurso, posando de vítima, Fernando Pimentel também apontou sua artilharia contra a Imprensa, uma prática recorrente dos petistas, quando se vêem acuados. “Tem sido comum no Brasil que certos meios de comunicação investiguem, julguem e apliquem penas no horizonte de uma edição de jornal ou de um noticiário de televisão”, atacou.
A virulência de do governador mineiro é compreensível. Afinal, em maio deste ano, a Procuradoria Geral da República (PGR) o denunciou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com base em investigações feitas pela Polícia Federal, no âmbito Operação Acrônimo, da Polícia Federal. De acordo com a denúncia da PGR, há provas robustas de que Pimentel recebeu propinas milionárias para beneficiar diversas empresas no período em que foi Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Clique AQUI para saber mais.
Mão que apedreja é a mesma que afaga
Curiosamente, os ataques feitos pelo governador Fernando Pimentel à Justiça e ao Ministério Público na frente de nove desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um ministro aposentado do STJ, sete promotores/procuradores de Justiça e um juiz federal, que estavam entre os 112 agraciados com a Medalha Santos Dumont. Nos últimos tempos, aliás, o petista tem feito um esforço hercúleo para se aproximar de integrantes do judiciário. Uma das estratégias é exatamente a condecoração de magistrados.
Em setembro de 2016, Pimentel já havia condecorado outros oito desembargadores do TJMG e uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, além de dois procuradores de Justiça, com a Medalha JK, em solenidade realizada em Diamantina.
Além disso, conforme noticiaram o jornal O Estado de S.Paulo e a revista Veja, em 21 de abril deste ano, o governador mineiro também condecorou 26 dos 43 desembargadores do Tribunal do Justiça de Minas Gerais (TJMG) com a Medalha da Inconfidência. “Os condecorados serão os responsáveis por julgar eventuais processos criminais contra a primeira-dama Carolina Oliveira, que ganhou foro especial na corte após ser nomeada secretária do Trabalho e do Desenvolvimento Social pelo marido”, destacou a Veja.
*Do PSDB-MG
