Governadores defendem pacto federativo e pedem “diálogo aberto” com governo federal

Notícias - 19/02/2020

Os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, defenderam o pacto federativo e pediram um diálogo “aberto e republicano” com o presidente Jair Bolsonaro sobre as questões que envolvem os estados e municípios brasileiros. Eles participaram, na terça-feira (18), de encontro de gestores organizado pelo BTG Pactual.

Doria afirmou que os governadores estão dispostos a conversar com o presidente “com altivez” e que esperam Bolsonaro marcar o encontro. O tucano sugeriu que o presidente participe de reunião dos governadores em abril, mas disse que o encontro pode acontecer antes, caso Bolsonaro queira marcar.

“Os governadores estão abertos ao diálogo. Convidamos o presidente para o Fórum dos Governadores, mas damos a ele a prerrogativa de escolher o local para conversarmos. O Brasil não pode ser governado pelo Whatsaap. Pelo bem do Brasil não podemos viver em risco como se fosse uma gincana”, afirmou Doria.

Eduardo Leite reforçou o apelo pela abertura de diálogo com o presidente. “O mais importante é que possamos sentar e conversar. É chegada a hora em que possamos compreender no Brasil que pacto federativo, que tanto se discute nesse país, é muito mais do que distribuição de recursos arrecadados, na distribuição da receita tributária”, disse.

“O pacto federativo é compreender que não temos o poder concentrado nas mãos de ninguém. O poder está distribuído entre poderes e instâncias federativas. Uma parcela do poder está nas mãos do presidente, dos governadores, dos prefeitos”, completou Leite. O governador gaúcho afirmou ainda que é preciso discutir com Bolsonaro sobre o ICMS dos combustíveis. “Esse diálogo tem acontecido pelas redes sociais.”

Carta
Também nesta terça, os governadores tucanos – além de Doria e Leite, Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul – assinaram carta em defesa de um novo pacto federativo e da democracia. O documento, referendado ao todo por 20 gestores, cita o episódio recente em que Bolsonaro desafiou os governadores a reduzirem o ICMS sobre combustíveis, essenciais para a “sobrevivência dos estados”.

X
19/02/2020