Governo do PT foi complacente com os criminosos, avalia tucano

Imprensa - 03/02/2017

rocha foto Agencia CamaraBrasília (DF) – O custo do crime para o Brasil foi de de US$ 91,38 bilhões em 2014 (cerca de R$ 258,3 bilhões), ou 3,78% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano. É o maior gasto com crime e violência entre os países da América Latina e do Caribe. Segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado nesta sexta-feira (3), esse valor representa mais da metade (53%) do custo total com crime e violência no subcontinente, que foi de US$ 171,78 bilhões. O levantamento é o primeiro a avaliar o gasto com a violência em 17 países e tem um capítulo sobre o Brasil.

De acordo com o jornal O Globo desta sexta-feira (3), o banco utilizou uma metodologia contábil e outras duas adicionais para calcular o valor, considerando custos diretos com segurança pública e privada e alguns indiretos, como o da renda de trabalho não gerada por detentos.

Para o deputado federal Wherles Rocha (PSDB-AC), o alto impacto do crime para a economia brasileira se deve à política “equivocada” na área de segurança pública implantada governos petistas, de Luiz Inácio da Silva e Dilma Rousseff.

“O que aconteceu no Brasil foi que, da mesma forma como em outros países da América Latina, o Estado se desorganizou e o crime acabou se organizando cada vez mais. Nós fizemos um combate ao crime, a meu ver, de forma equivocada – porque o que gera e sustenta toda essa onda de criminalidade no país é o tráfico de entorpecentes. É o que move a maioria dos interesses do crime. Nós temos um combate mais efetivo nas grandes cidades, mas nenhuma preocupação na maioria dos municípios”, afirmou.

Fronteiras

Segundo o parlamentar, o governo federal deve incluir na sua pauta a segurança pública como um dos pontos prioritários neste ano, mais especificamente o cuidado com as fronteiras. Ele cita que o país hoje tem grande parte do efetivo do exército no Rio de Janeiro, enquanto mais de três mil quilômetros de fronteiras estão sem patrulha.

“Os rios da Amazônia, por exemplo, estão abertos para o tráfico, O governo do PT tentou de forma muito atabalhoada cuidar das nossas fronteiras. Não adianta combater o crime nas grandes cidades, mas deixar nossas fronteiras abertas para entrada do que sustenta o crime, que é o tráfico. O Estado assistiu a isso tudo sem nenhuma reação. Acho que esse ano temos que ter uma pauta mais efetiva em relação à segurança pública e cuidar das nossas fronteiras”, destacou.

No estudo “Os custos do crime e da violência: novas evidências e constatações na América Latina e Caribe”, a região aparece como a mais violenta do mundo, excluindo zonas de guerra. Embora represente 9% da população global, tem perto de um terço das vítimas de homicídios no planeta. Essas estatísticas se refletem em altos custos com encarceramento.

Visão ideológica

O tucano avalia que o combate ao crime deve ser feito também nas cidades menores e não apenas nos grandes centros urbanos, como vinha ocorrendo. Segundo Rocha, outro ponto crucial para o cenário foi a visão ideológica dentro do sistema de segurança pública nos governos petistas.

“O Estado foi muito complacente com os criminosos e, em contrapartida, as políticas brasileiras ficaram cada vez mais sucateadas. Há uma cultura de tentar transformar o criminoso em vítima e ao mesmo tempo de criminalizar os nossos políticos. Essa visão ideológica da esquerda foi muito prejudicial”, ressaltou.

Ainda segundo o levantamento, entre os 17 países avaliados, o Brasil está na quinta posição em fatia do PIB engolida pelos custos do crime, atrás de Honduras (6,51%), El Salvador (6,16%), Bahamas (4,79%) e Jamaica (3,99%). O estudo pode ajudar a melhorar a aplicação de recursos e as políticas preventivas e de controle da criminalidade.

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03/02/2017