Governo Maduro censura imprensa na Venezuela

Notícias - 14/07/2017

A imprensa venezuelana foi proibida, pelo governo de Nicolás Maduro, de divulgar um plebiscito simbólico convocado pela oposição para este domingo (16). As autoridades vetaram as emissoras de rádio e televisão de noticiar o ato, sob pena de sanções, conforme denunciou o sindicato da imprensa do país. A medida foi apontada como um ato de censura no país.

O deputado federal Major Rocha (PSDB-AC) considerou a situação como um ataque à democracia. “A Venezuela vive um estado de exceção. Nós temos ali um presidente que comanda com mão de ferro, que não aceita os resultados da última eleição que deu vitória esmagadora para a oposição. E ele [Nicolás Maduro] usa todos os mecanismos. E é assim: não existe democracia sem imprensa. Então, é mais uma forma que o que tem na Venezuela, na verdade, é uma ditadura.”

Com o plebiscito simbólico, a oposição pretende expressar um maciço rechaço à Assembleia Constituinte convocada por Maduro. A consulta também deve questionar se os venezuelanos estão de acordo com uma mudança de governo e a exigência de que as Forças Armadas respeitem a Constituição. Para o deputado Major Rocha, é necessário que seja respeitado o direito de escolha do cidadão venezuelano.

“Acho que hoje só tem uma forma da Venezuela começar a se recuperar. É marcando as eleições para presidente – que já deveriam ter acontecido, e o governo vem protelando. É marcar essas eleições e deixar que a população decida o seu destino. Essas decisões que são tomadas pelo Maduro, que são no sentido de agravar ainda mais a crise, que elas passem ter a legitimidade do voto popular”, afirmou o tucano.

Há pelo menos três meses, a Venezuela enfrenta uma intensa onda de manifestações contra o regime de Maduro – cuja popularidade está em 10%. Além da crise política, o país também vive um período de alto desemprego e até mesmo escassez de alimentos. Para sobreviver, milhares de venezuelanos também cruzam as fronteiras com os países vizinhos. Somente no estado de Roraima, existem mais de 30 mil refugiados.

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14/07/2017