Governo Pimentel gasta mais do que arrecada e Minas vive calamidade financeira
Brasília (DF) – Após decretar estado de calamidade financeira no fim do ano passado, o governo Fernando Pimentel (PT) continua com dificuldades extremas de tirar Minas Gerais do vermelho. Com despesas maiores que as receitas, o estado dificilmente terá crédito dos bancos sem aval da União. A situação econômica mineira é semelhante à do Rio de Janeiro, no início do processo que culminou no calote de dívidas e no pedido de socorro ao governo federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo deste sábado (4).
Nas contas da área econômica do governo federal, a falta de dinheiro será um problema real para Minas até o fim do ano. O estado já convive com parcelamento de salários, dificuldades para pagar fornecedores, déficits recorrentes e rombo crescente na Previdência.
O governador, no entanto, não encaminhou projetos como a elevação da alíquota previdenciária dos servidores para 14% e a criação de teto de gastos, mesmo tendo assinado o pacto dos governadores pela austeridade fiscal, que previa os dois compromissos.
O próprio secretário de Fazenda de Minas, José Afonso Bicalho, reconheceu que o estado terá de aportar R$ 30 bilhões nos próximos três ou quatro anos para equilibrar o fundo previdenciário dos servidores. O governo mineiro, contudo, não procurou o Ministério da Fazenda para iniciar tratativas por um acordo de recuperação fiscal, como já fizeram Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que também decretaram calamidade financeira.
Déficit
No ano passado, Minas teve déficit de R$ 4,2 bilhões, o terceiro ano seguido em que as contas fecharam no vermelho. Para este ano, a meta é negativa em R$ 8,06 bilhões. Na área econômica, o diagnóstico é de que Minas tem um rombo nas finanças e não encontra solução. O estado tem nota de classificação D, uma das piores – ultrapassou o nível máximo de endividamento no último quadrimestre de 2016 e está proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de obter novos créditos.