Governo reitera proteção a madeiras nobres

Notícias - 09/04/2002

O presidente Fernando Henrique Cardoso condenou hoje, no programa semanal de rádio “Palavra do Presidente“, as atitudes inescrupulosas de madeireiros que, contrariando determinações do governo, persistem na extração ilegal de madeiras nobres. A principal delas é o mogno, ameaçada de extinção, apesar das medidas governamentais enérgicas para garantir a expansão de seu cultivo. A situação se agravou de tal forma, que as medidas do governo federal ultrapassaram as fronteiras e recebem, hoje, apoio internacional. A madeira anteriormente vendida no exterior a preço de ouro, vem encontrando resistência pela fiscalização dos países destinatários, assegurou Fernando Henrique.

Confira, a seguir, a íntegra da fala do presidente:

“Hoje eu estou aqui para reafirmar e para dar a minha palavra sobre a determinação do Governo Federal de manter a proibição da exploração de uma de nossas madeiras mais nobres, que é o mogno. O mogno é uma riqueza de nossas florestas que, infelizmente, como alvo da cobiça dos madeireiros, está ameaçado de extinção.

Quando eu anuncio que o Governo fará tudo para proteger o mogno, eu estou assegurando que continuam proibidos a extração, o beneficiamento, o transporte e a comercialização. Ano passado, nós adotamos medidas fortes para defender o mogno e garantir a expansão de seu cultivo. A madeira pode ser utilizada, desde que o programa de reflorestamento do Ibama seja obedecido.

Apesar de várias restrições que o Ibama fez nos últimos anos para evitar o corte da madeira em áreas proibidas, houve quebra dessa orientação. Madeireiros inescrupulosos derrubavam as árvores em áreas ilegais e clandestinamente transportavam para áreas de manejo permitido. Nessa disputa, empresários e madeireiros conseguiram autorização judicial que contrariava o interesse nacional de preservação do mogno.

Mas o Ibama, com seus fiscais vigilantes e com a ajuda de governos estaduais, prefeituras e organizações não governamentais, terminou descobrindo carregamentos que chegavam de caminhão a portos do Pará e do Paraná. De lá, naturalmente, os madeireiros esperavam alcançar os mercados internacionais onde o mogno é vendido a preço de ouro.

De fato, grande parte dessa carga chegou a seu destino, mas aí, o governo brasileiro pediu a ajuda de outros governos e alcançamos mais uma vitória. Quando esses países souberam que o mogno tinha origem ilegal, começaram as apreensões. Só os Estados Unidos estão retendo 10 milhões de dólares em mogno. A imprensa internacional também nos apoiou. Uma rede de tv americana chegou a anunciar que, finalmente, havíamos conseguido colocar um fim na extração ilegal do mogno.

Eu espero continuar contando com o apoio de governos, de prefeitos e da sociedade civil para que o Brasil se respeite e, com isso, obtenha o respeito e o apoio de outros países, preservando as espécies nobres de nossa floresta, como o mogno.“

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09/04/2002