Gravações reabrem suspeita de propina ao PT

Notícias - 01/02/2005

Trechos inéditos de uma conversa gravada há 15 anos, reproduzidos ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, complicam a campanha do deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara.

Os diálogos recolocam o parlamentar no centro da suspeita de que o governo da então petista Luíza Erundina em São Paulo e a empresa Lubeca tenham se envolvido no pagamento de US$ 200 mil em propina. Greenhalgh foi vice-prefeito e secretário dos Negócios Extraordinários na gestão de Erundina.

A candidatura de Greenhalgh foi lançada oficialmente pela bancada do PT, a maior da Casa, com 92 deputados, e por isso com direito a indicar o presidente. O Palácio do Planalto apóia o parlamentar.

Os dois participantes do diálogo são os advogados José Firmo Ferraz Filho, advogado e lobista da Lubeca, e Eduardo Pizarro Carnelós, então assessor jurídico de Greenhalgh na prefeitura e que realizou a gravação sem conhecimento do interlocutor. Na conversa, o então vice-prefeito é citado como responsável por “plantar“ um intermediário na Lubeca para arrecadar dinheiro para a campanha de Lula. A empresa buscava a aprovação da prefeitura para um projeto urbanístico avaliado em US$ 600 milhões.

– A história é a seguinte: Du, eu fui plantado na Lubeca. Fui plantado – diz Ferraz Filho num trecho, apontando em seguida Greenhalgh como um dos responsáveis.

O caso Lubeca foi investigado pela prefeitura, pela Câmara e num inquérito da Polícia Civil. Todas as três investigações foram arquivadas sob alegação de falta de provas conclusivas.

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01/02/2005